Você sabia que a falta de higiene pode levar a doenças crônicas e inflamações? É o que dizem estudos sobre o tema. Má práticas de higiene pessoal podem causar três tipos de câncer, que podem causar complicações potencialmente fatais, caso detectadas tardiamente.
É necessário ressaltar que a falta de higiene não é o único fator que causa o câncer, mas sim um fator contribuinte. O desenvolvimento da doença é multifatorial e envolve uma interação complexa de fatores genéticos, ambientais e de estilo de vida. O hábito de manter uma boa higiene, práticas sexuais seguras, alimentação saudável e outras práticas de vida saudáveis são medidas importantes na prevenção do câncer e na promoção da saúde geral.
Afinal, quais são os cânceres?
- Câncer de boca
Embora a má higiene bucal não seja diretamente uma causa do câncer oral, pode contribuir para o aumento do risco de desenvolver essa condição. O câncer oral refere-se a qualquer tipo de câncer que começa na boca, que inclui os lábios, a língua, as gengivas, o céu da boca, as bochechas e a garganta. Em 2019, o Indian Journal of Surgical Oncology publicou um estudo que concluiu que a má higiene oral está fortemente associada ao câncer oral. Esses são os sinais da doença para você ficar atento:
- Úlceras que não cicatrizam e permanecem por mais de duas semanas
- Dificuldade em mastigar, engolir ou falar
- Inchaços, caroços ou espessamento nos lábios, gengivas ou outras áreas da boca
- Alterações na voz, como rouquidão persistente
- Câncer cervical
Em 2022, o Journal of Cancer Research and Therapeutics alertou sobre os perigos das práticas menstruais inadequadas. Segundo o estudo, as más práticas de higiene menstrual, como a utilização de panos velhos, em vez de absorventes higiênicos, poderia levar a infecções crônicas, que são fator de risco significativo de câncer do colo do útero.
- Câncer de pênis
O câncer de pênis relacionado à má higiene íntima é uma das principais causas de amputações do órgão. Apenas no Brasil, todos os anos, uma média de 486 homens têm o pênis amputado por complicações causadas pela condição. Essa é uma estimativa do Ministério da Saúde feita a partir de dados do Sistema Único de Saúde (SUS).
Esse é um tipo raro de câncer. No Brasil, representa 2% de todos os tipos de câncer que atingem o homem e é mais frequente nas regiões Norte e Nordeste, de acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA). O tumor afeta principalmente a pele que cobre a cabeça do pênis.
O risco da doença é maior entre aqueles que não se submeteram à circuncisão (remoção da pele que reveste a glande – a “cabeça” do pênis), o que acaba dificultando uma limpeza adequada. Além da falta de higiene, outro fator de predisposição ao câncer peniano é a prática sexual com diferentes parceiros sem o uso de camisinha. O HPV (papilomavírus humano) está associado a esse tipo de câncer.