Você higieniza o umbigo com que frequência? A negligência dessa região do corpo humano pode levar a alguns problemas desagradáveis, principalmente quando a cavidade do umbigo é profunda. Na cavidade podem acumular cabelo, óleo, sujeira, células da pele e tecidos, em conjunto com bactérias, causando não apenas mau cheiro, mas uma infecção chamada de "onfalite”. As secreções podem endurecer e causar um tipo de "pedra".
Pesquisadores do projeto Belly Button Biodiversity (Biodiversidade do Umbigo), da Universidade Estadual da Carolina do Norte, nos Estados Unidos, descobriram que essa região do corpo é uma verdadeira "selva de diversidade microbiana". Em uma coleta de material de 60 umbigos feita pela iniciativa, foram registradas mais de 2,3 mil espécies de micróbios. Ou seja, o risco de infecção existe. Se isso ocorrer, pode ser que saia de dentro dele uma substância amarronzada, amarela ou branca.
Na pesquisa, descobriu-se que um dos voluntários hospedava uma bactéria que anteriormente só havia sido encontrada em solo no Japão. O que torna isso ainda mais incomum é que ele nunca esteve no país. Outro voluntário aparentemente não tomava banho há vários anos e abrigava bactérias em seu umbigo que normalmente vivem em condições extremas, como nos Polos Sul e Norte.
De acordo com o estudo, algumas pessoas têm umbigos dominados por uma ou duas espécies, enquanto outras têm diversas. Os pesquisadores chegaram a investigar se fatores como idade, sexo, etnia ou frequência de higienização podem interferir nesse resultado, mas não chegaram a nenhuma conclusão. Uma das explicações para essa proliferação de microrganismos nesse local são as condições de habitat. Pelo seu formato, o umbigo concentra muita umidade e suor, um ambiente propício para proliferação de micróbios.
Como lavar o umbigo corretamente?
A dermatologista Mariele Bevilaqua, do Hospital Moinhos de Vento e membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia, alerta que as bactérias presentes no umbigo, assim como em outros locais do corpo mais quentes e úmidos, como narinas e ânus, por exemplo, podem causar infecções se o indivíduo tiver algum problema que afete sua imunidade, como HIV, diabetes, tratamento para câncer etc.
Da mesma forma, segundo ela, pacientes com doenças de pele que afetem a barreira cutânea, como dermatite atópica, ictiose e até mesmo psoríase, podem desenvolver infecções por germes que moram na pele, mas que estão com sua população em desequilíbrio. Nesse caso, aproveitam-se de um habitat danificado e se multiplicam agredindo a pele.
Uma boa higienização da área é importante, pois caso contrário, pode provocar doenças como impetigo (infecção superficial da pele com bolhas ou crostas), furunculose e micoses, além do mau cheiro. Para isso, Mariele recomenda a lavagem com água corrente e sabão neutro, adaptado ao tipo de pele de cada paciente. Conheça a seguir passo a passo.
- Molhe a área do umbigo com água morna. Certifique-se de que a água não esteja muito quente para evitar irritações na pele;
- Aplique uma pequena quantidade de sabão neutro na ponta dos dedos ou em uma esponja macia;
- Com movimentos suaves, esfregue delicadamente o umbigo para remover qualquer sujeira, células mortas da pele ou acúmulo de óleo. Se o umbigo for muito profundo, pode ser mais fácil utilizar delicadamente um cotonete;
- Enxágue completamente o umbigo com água morna para remover todo o sabão;
- Seque cuidadosamente o umbigo com uma toalha limpa;
- Após a limpeza, verifique se o umbigo está completamente seco.