Cada vez mais, a comunidade científica está explorando os possíveis benefícios da cannabis medicinal, especialmente no tratamento e prevenção do diabetes tipo 2. No Brasil, onde aproximadamente 90% dos pacientes com diabetes são diagnosticados com diabetes tipo 2, um estudo recente sugere que a cannabis medicinal pode oferecer novas perspectivas.
Estudos indicam os potenciais da cannabis medicinal
Pesquisadores da Universidade de Ciências Médicas de Tabriz, no Irã, conduziram uma pesquisa que mostrou que o uso de cannabis medicinal pode reduzir significativamente o risco de desenvolver diabetes tipo 2. Os autores do estudo sugerem que a cannabis pode ter "efeitos protetores" contra a doença.
Além disso, pesquisas apontam que o sistema endocanabinoide, ativado pelos canabinoides presentes na cannabis, desempenha um papel importante na regulação do metabolismo da glicose e na resistência à insulina. Flavio Geraldes Alves, presidente da Associação Pan-Americana de Medicina Canabinoide (APMC), destaca que esse sistema é essencial para a modulação desses processos metabólicos.
Benefícios e potenciais da cannabis medicinal
Flávio Geraldes Alves ressalta que a cannabis medicinal tem mostrado eficácia no tratamento de diversos sintomas e condições de saúde. “Os canabinoides presentes na planta ativam nosso sistema endocanabinoide, que estão presentes em todo o corpo e regulam processos fisiológicos importantes”, explica o especialista.
Esse sistema regula várias funções no corpo, como apetite, dor, inflamação, termorregulação, pressão intraocular, sensação, controle muscular, equilíbrio de energia, metabolismo, qualidade do sono, resposta ao estresse, motivação e recompensa, humor e memória.
Além do diabetes, a cannabis está sendo estudada e utilizada no tratamento de condições como epilepsia, câncer, distúrbios do sono, ansiedade, problemas gástricos, autismo e outras doenças.
Contraindicações e Considerações
Apesar dos benefícios, nem todos os pacientes são adequados para o uso de cannabis medicinal. As principais contraindicações incluem gestantes, lactantes, pessoas com quadros psicóticos e aqueles com arritmia cardíaca descompensada. “Além disso, o canabidiol pode interagir com outros medicamentos, tanto positiva quanto de qualidade”, alerta o Dr. Flavio Geraldes Alves.