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Estudo de Harvard revela os maiores arrependimentos antes da morte

Durante mais de 80 anos, pesquisadores da Universidade de Harvard se dedicaram a esse estudo

Casal de idosos | Foto: Reprodução/Internet
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Durante mais de 80 anos, pesquisadores da Universidade de Harvard se dedicaram a uma pergunta profunda: do que as pessoas mais se arrependem quando estão próximas do fim da vida? Essa pesquisa, considerada uma das mais longas já realizadas sobre felicidade e bem-estar, trouxe revelações importantes sobre o que realmente importa para a maioria das pessoas.

O foco da pesquisa

Sob a liderança do psiquiatra e professor da Escola de Medicina de Harvard, Robert Waldinger, o estudo acompanhou mais de 2 mil indivíduos ao longo de várias gerações — incluindo avós, pais e netos —, buscando entender o que contribuía para uma vida satisfatória e quais eram os maiores arrependimentos nos momentos finais.

Os dados mostraram que, acima de conquistas profissionais ou acumulação de bens materiais, o que mais impacta a sensação de plenitude são os vínculos afetivos e a boa saúde. Segundo Waldinger, sentimentos como solidão e altos níveis de estresse foram apontados como os principais motivos de arrependimento. Em contrapartida, manter relacionamentos próximos e cuidar da saúde apareceram como os maiores pilares da verdadeira felicidade.

Arrependimentos comuns

A pesquisa também revelou diferenças entre homens e mulheres no que diz respeito aos arrependimentos de vida:

Homens: Muitos confessaram se arrepender de terem dado prioridade excessiva ao trabalho, o que os levou a perder momentos importantes ao lado da família. Reconheceram que, ao focarem tanto na carreira, deixaram passar experiências valiosas com seus entes queridos.

Mulheres: Já entre as mulheres, o arrependimento mais comum estava ligado à preocupação exagerada com o que os outros pensavam. Muitas relataram que viveram de forma condicionada às expectativas alheias e às aparências, deixando de agir de maneira verdadeira consigo mesmas.

O estudo também apontou um dado curioso: mulheres que viveram há cerca de 70 anos, embora tivessem menos liberdade e enfrentassem maiores limitações sociais, relataram níveis de felicidade mais altos. Elas atribuíram isso, em grande parte, ao fato de que as expectativas sobre a vida eram mais modestas naquela época.

Lições de uma vida plena

De acordo com Robert Waldinger, o estudo deixa claro que laços afetivos profundos têm mais peso para a felicidade e o bem-estar do que bens materiais ou o sucesso na carreira. “A qualidade das nossas relações é um dos principais indicadores de saúde e satisfação ao longo da vida”, destacou o pesquisador em entrevista.

Solidão: um problema de saúde pública

Outro aspecto importante apontado pela pesquisa é o impacto negativo da solidão na saúde física e emocional. Estudos complementares realizados pela própria Universidade de Harvard revelam que o isolamento social pode ser tão nocivo quanto fumar 15 cigarros por dia. Ele está associado a um risco maior de depressão, doenças cardíacas e diversas outras complicações de saúde.

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