Nos últimos meses, uma grande discussão foi levantada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), referente a alimentos cancerígenos. Recentemente, o adoçante artificial aspartame entrou para a seleção de potenciais produtos cancerígenos, o que causou comoção na indústria alimentícia. Esse produto pode ser encontrado nos mais variados alimentos dietéticos ou lights, desde Coca-Cola Zero a iogurtes, cereais e chicletes.
Esse adoçante passou a integrar o Grupo 2B de possíveis cancerígenos. A classificação é dada a substâncias que apresentam evidências limitadas que sugerem uma possível relação com o desenvolvimento do câncer. Mesmo assim, a OMS ressalta que o aspartame permanece considerado como seguro para o consumo humano, desde que a dose diária não ultrapasse 40 mg por quilo de peso corporal.
A Agência Internacional de Pesquisa em Câncer (Iarc), ligada à Organização Mundial da Saúde (OMS), tem uma lista de substâncias possivelmente cancerígenas. Essa agência categoriza os itens com potencial cancerígeno em quatro blocos, na sequência:
- Grupo 1 – Cancerígeno;
- Grupo 2A – Provavelmente cancerígeno;
- Grupo 2B – Possivelmente cancerígeno;
- Grupo 3 – Sem classificação sobre o risco de câncer.
Vale ressaltar que isso não é medida definitiva do quão perigoso cada elemento pode ser, ao invés disso, esse agrupamento demonstra a quantidade existente de comprovação científica acerca dos riscos cancerígenos de cada um. Outros alimentos também já haviam sido incluídas na lista das consideradas potencialmente cancerígenas pela Iarc, como:
- 1) Carnes processadas
Desde 2017, presunto, salsicha, carne seca, bacon e outras carnes processadas fazem parte da lista. Estudos apontam que o consumo desses alimentos está associado ao câncer colorretal. As carnes processadas estão classificadas no Grupo 1 da Iarc, juntamente com cigarros, amianto e fumaça de diesel. No entanto, é importante ressaltar que essa classificação não implica que esses alimentos sejam tão perigosos quanto esses outros itens.
A classificação descreve apenas a força das evidências científicas disponíveis para cada um deles. O risco de câncer relacionado ao consumo de carnes processadas aumenta proporcionalmente à quantidade consumida. Segundo a agência, cada porção diária de 50 gramas desses alimentos aumenta em 18% o risco de câncer colorretal.
- 2) Bebidas alcoólicas
As bebidas alcoólicas também acabaram sendo incluídas na lista em 2012, sendo classificadas no Grupo 1. A ingestão de álcool está associada ao desenvolvimento de cânceres no intestino, fígado, esôfago e mama.
- 3) Carne vermelha
A carne vermelha está classificada no Grupo 2A da OMS, sendo considerada uma substância “provavelmente cancerígena”. Isso inclui carnes bovina, suína, de cordeiro, carneiro, cavalo e cabra. O consumo de carne vermelha acabou associado ao aumento do risco de câncer de cólon, reto, pâncreas e próstata. Ao longo dos anos, a classificação da Iarc vem sendo alvo de críticas por parte da indústria de carne, que argumenta que o câncer acaba não sendo causado por alimentos específicos, mas sim por diversos fatores.
- 4) Bebidas quentes
Chás, chimarrão e cafés consumidos a temperaturas acima de 65ºC também estão incluídos no Grupo 2A da lista. Essa classificação acabou baseada em estudos que associam o consumo dessas bebidas ao câncer de esôfago.
- 5) Frituras
As frituras também estão classificadas no Grupo 2A. Embora estejam associadas ao câncer de língua, ainda faltam estudos conclusivos que comprovem essa ligação. Além disso, ácidos graxos trans encontrados nas frituras podem aumentar o risco de desenvolvimento de câncer de ovário, de acordo com um estudo da Iarc realizado em 2020.
É crucial entender que o simples consumo desses alimentos não leva necessariamente ao desenvolvimento de câncer. O que a lista sugere é a necessidade de moderação e cuidados com o regime alimentar, levando sempre em consideração a dieta equilibrada como um fator de impacto direto na saúde de cada indivíduo.