A doença de Alzheimer geralmente surge quando já está em estágio avançado, pela dificuldade em detectar sintomas no estágio inicial. A fase se caracteriza por situações como perdas de memória, mudanças de humor e falta de interesse em atividades diárias. Devido a isso associado ao número crescente de casos, a condição tem sido tema constante de diversos estudos.
Entre eles, um novo estudo se destaca, ao apontar que um indício da doença precoce pode surgir ao esquecer o caminho para onde estava indo. De acordo com os indicativos, as pessoas com a doença tiveram um pior senso de direção quando tentaram retraçar seus passos durante um teste. Segundo os responsáveis pelo estudo, este sinal aponta que o modo de andar das pessoas pode ajudar a detectar a doença de Alzheimer mais cedo.
“Demência é uma condição que se refere a um grupo de distúrbios afetando o funcionamento cerebral. A doença de Alzheimer é a forma mais comum”, explica Sian Gregory, da Alzheimer’s Society.
Novo sinal pode ser um benefício
O estudo aponta que a detecção da condição em seus primeiros estágios poderia ajudar os afetados a tomarem decisões importantes para seu futuro e avaliar possíveis opções de tratamento. O exame de caminhada pode beneficiar “centenas de milhares” de pessoas ao detectar a doença mais cedo, asseguram os especialistas.
Mais detalhes do estudo
A análise, publicada no Current Biology, comparou as habilidades de direção de 110 pessoas de diferentes idades – 14 delas tinham doença de Alzheimer. Usando óculos de realidade virtual, cada pessoa acabava sendo direcionada a um ponto específico e depois solicitada a voltar sozinha. O estudo descobriu que pessoas com a doença precoce consistentemente tinham um pior senso de direção, independentemente da idade.
“Parece que, quando você pede para pessoas com Alzheimer virarem a um certo ponto, elas acham que viraram muito mais do que realmente viraram”, afirmou a autora do estudo, a Dr. Andrea Castegnaro, da University College London.
O sinal acrescenta à crescente evidência sugerindo que mudanças nos hábitos de caminhada, como ritmo, podem indicar um declínio cognitivo. Caso acabe confirmado por outros estudos, a alteração na maneira de andar das pessoas poderia tornar-se um indicativo precoce e um avanço importante para a evolução do diagnóstico de doença de Alzheimer.