O ator Marcelo Serrado, de 58 anos, tem falado com frequência sobre saúde mental e o quanto é importante de cuidar dela. O artista compartilhou novamente suas experiências com a síndrome do pânico durante momentos difíceis e revelou que precisou buscar ajuda médica e apoio emocional.
Ele afirmou que é importante usar sua visibilidade como figura pública e seu espaço de fala para tornar o tema mais conhecido, ajudando mais pessoas a saberem como buscar auxílio. Em entrevista à CARAS Brasil, a psicóloga Letícia de Oliveira elogiou a atitude do ator e fez um alerta importante sobre a questão: "Saber que é um processo".
Contribuição
A especialista concorda que sempre que um famoso relata uma vulnerabilidade, ele acaba chegando a muita gente e contribuindo para ajudar essas pessoa.
"Acho importante o Marcelo Serrado vir a público falar sobre o episódio que ele teve de crise de pânico, porque sempre quando uma figura pública relata algum tipo de vulnerabilidade, algum tipo de sofrimento emocional, eu acredito que tem um impacto muito grande para o público, que até então entende aqueles sintomas como uma fraqueza, como uma falta de capacidade, como uma falta de vergonha na cara, não consegue reconhecer e validar esses sintomas como uma crise de pânico", disse.
"E o Marcelo faz um trabalho muito bacana de contar do próprio relato dele, da própria experiência e desmistificar que problemas emocionais são sinais de fraqueza", completa.
A crise de pânico
Letícia explica que a crise de pânico tem episódios de crise, o que deixa a pessoa receosa de voltar a ter um novo episódio. "A pessoa tem uma sensação de morte eminente, coração disparado, boca seca, formigamento nas extremidades, uma sensação de despertencimento, sudorese (...) O corpo entra em choque mesmo, como se a pessoa tivesse morrendo, mas é totalmente emocional", explica.
"E depois que a pessoa tem o primeiro episódio, ela fica ansiosa por medo de ter os próximos. Então, muitas vezes, as próximas crises de pânico aparecem exatamente pelo medo de ter a crise. E ele relatou muito bem o que aconteceu; o que aconteceu depois de seis meses, depois que ele tinha já encerrado a medicação", continua Letícia.
Tratamento
A psicóloga ressalta que o tratamento é subjetivo. "Como a gente está falando de emoção, é menos quantitativo do que tomar um antibiótico sete dias ou fazer um tratamento para um membro, por exemplo, o da perna, que você consegue sentir numa fisioterapia que voltou a ter o movimento. Emocionalmente, a gente tem muito menos controle, e isso deixa as pessoas mais vulneráveis e mais ansiosas. Então, é ter paciência, saber que é um processo e saber que tem tratamento", conclui.