O ex-presidente Jair Bolsonaro foi internado duas vezes, no final de semana, em hospital de Manaus, no Amazonas, com quadro de eripisela. Segundo a família, ele está bem e reagindo aos medicamentos, no entanto, o político deve ser transferido para São Paulo nesta segunda-feira. Mas afinal, o que é essa doença que atinge a pele e pode causar feridas, levando até mesmo à necrose, em casos mais extremos? Para explicar melhor, usamos informações do blog Vida Saudável, do Hospital Albert Einstein.
A doença. A erisipela é uma infecção da pele provocada pela bactéria Estreptococo. Geralmente, a entrada da infecção ocorre através de uma lesão de pele, como uma micose entre os dedos. Esta infecção afeta principalmente a derme, que é a camada intermediária da pele. Seus sintomas comuns incluem coceira, inchaço, formação de bolhas e, em estágios avançados, pode ocorrer necrose da pele.
Como se pega a eripisela? A erisipela não é contagiosa de pessoa para pessoa. O contágio está relacionado a um fator conhecido como "porta de entrada", que inclui lesões e áreas da pele que, por estarem sensibilizadas, facilitam a penetração da bactéria. Úlceras venosas crônicas, frieiras, picadas de insetos, ferimentos e a manipulação inadequada das unhas são exemplos de portas de entrada. Uma vez que a bactéria penetra na pele, ela se espalha rapidamente.
Quem pode ter o problema? Pessoas com baixa imunidade, obesidade e problemas de circulação sanguínea estão mais suscetíveis a desenvolver a erisipela. Diabéticos e idosos representam o grupo de risco mais significativo, pois muitas vezes apresentam as outras condições mencionadas, mesmo que não tenham excesso de peso.
É possível prevenir? Sim, é essencial manter uma higiene adequada, especialmente entre os dedos dos pés, que devem permanecer sempre secos. Pessoas com propensão a inchaço nas pernas devem evitar ficar prolongadamente em uma única posição (de pé, imóvel ou sentado). Em certas circunstâncias, o uso de meias elásticas é aconselhável, além de elevar as pernas sempre que possível, pois isso ajuda na prevenção do edema.
Sintomas. Comumente, a erisipela apresenta um início repentino, manifestando sintomas de mal-estar geral, febre e calafrios antes mesmo do surgimento das lesões. Sem tratamento adequado, essa condição pode levar à formação de abscessos e feridas nas pernas, que podem ser superficiais ou profundas, resultando em vermelhidão, sensibilidade, inchaço e aumento da temperatura na área afetada.
Conforme a doença avança, podem surgir bolhas e a região afetada pode escurecer. Em casos mais graves, a erisipela pode progredir para uma condição de sepse, uma infecção generalizada com potencial letal.
Tratamento. O tratamento, sob supervisão médica, inclui a prescrição de antibióticos para eliminar a infecção e reduzir o inchaço nas pernas, juntamente com medicamentos específicos para tratar as lesões. Em estágios iniciais, repouso absoluto com as pernas elevadas pode ser recomendado. O médico também fornecerá orientações sobre a higienização das áreas afetadas para evitar reinfecção. Além disso, podem ser prescritos medicamentos de suporte para aliviar os sintomas, como analgésicos, anti-inflamatórios e antipiréticos, além de medicamentos para melhorar a circulação linfática e venosa.