No mês dedicado ao combate à cefaleia, uma condição que afeta milhões de pessoas em todo o mundo, destaca-se a enxaqueca crônica, uma das doenças neurológicas mais incapacitantes e que atinge principalmente as mulheres. Estudos revelam que a enxaqueca crônica é a doença mais incapacitante do mundo entre mulheres de 18 a 50 anos, além de ser uma das principais causas de incapacidade também na população em geral.
A enxaqueca crônica não apenas causa sofrimento pessoal significativo aos pacientes, mas também compromete sua qualidade de vida, levando a um aumento nos gastos financeiros e afetando negativamente a vida familiar, social e profissional. Especialistas alertam que as dores de cabeça relacionadas à enxaqueca são responsáveis por um considerável impacto no bem-estar pessoal, e são uma das principais causas de absenteísmo no trabalho.
De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), a enxaqueca crônica afeta mais as mulheres do que os homens, principalmente devido a fatores hormonais. Estudos indicam que o período menstrual é um importante gatilho para as crises de enxaqueca em mulheres.
No Brasil, a enxaqueca representa uma perda econômica significativa, com estimativas apontando para uma queda de cerca de R$ 67 bilhões em produtividade anualmente. A doença é considerada crônica quando o paciente sofre de dor de cabeça por 15 ou mais dias por mês, sendo que as mulheres experimentam um agravamento dos sintomas durante o período menstrual.
"A luz, o barulho e até alguns cheiros incomodam. A dor, por sua vez, pode vir acompanhada de mal-estar, tontura, náuseas e vômitos", afirma o neurologista João Segundo. Ele ressalta que a enxaqueca crônica pode acometer pessoas de todas as idades, mas é mais comum em adultos até os 50 anos, que são a fase mais produtiva da vida. Muitos indivíduos conseguem comparecer ao trabalho mesmo com enxaqueca, mas não conseguem produzir normalmente devido aos sintomas incapacitantes.
QUAIS GATILHOS PODEM PROVOCAR CRISES?
A predisposição genética é um fator importante no surgimento da enxaqueca crônica, mas vários gatilhos podem desencadear as crises. O neurologista recomenda evitar o consumo excessivo de chocolate, bebidas alcoólicas, alimentos processados e embutidos, optando por uma alimentação rica em proteínas magras, frutas e vegetais, que reduz a inflamação no corpo. A prática regular de exercícios e técnicas de relaxamento, como ioga, meditação e respiração profunda, também pode ajudar a aliviar o estresse e a tensão, que são gatilhos comuns para a doença.