Segundo dados da pesquisa Vigitel Brasil 2023 (Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico), a diabetes atinge 10,2% da população brasileira. O índice representa aumento com relação a 2021, quando era 9,1%. A última pesquisa Vigitel mostra também que o diagnóstico é mais frequente entre as mulheres (11,1%), do que entre os homens (9,1%).
A condição é conhecida por ter sintomas como sede excessiva e micção frequente, mas o que poucos têm conhecimento é que a doença também pode causar complicações que afetam os ombros e outras articulações. Um sinal relacionado é a capsulite adesiva, também conhecida como “ombro congelado”.
Esse problema ocorre por conta da inflamação e endurecimento da cápsula articular do ombro, o que resulta em dor e perda de amplitude de movimento. Análises sobre o tema apontam uma relação entre ambos os tipos de diabetes (diabetes tipo 1 e ) e esse problema no ombro. Além disso, cientistas acreditam que possa ter alguma relação com o excesso de glicose acumulado nessa região do corpo, o que faz com que as fibras de colágeno fiquem “coladas”, restringindo os movimentos.
Os estágios da capsulite adesiva ou ombro congelado
Fase inicial (inflamatória):
- A fase inicial é caracterizada por dor no ombro que piora gradualmente ao longo do tempo.
- A dor é muitas vezes mais intensa à noite e pode interferir no sono.
- Durante esta fase, a inflamação na cápsula articular aumenta, levando à rigidez e limitação do movimento.
Intermediária (congelamento):
- Durante a fase intermediária, a dor pode persistir e o principal sintoma é a progressiva perda de amplitude de movimento no ombro.
- A cápsula articular torna-se mais espessa e contraída, resultando em rigidez e dificuldade em mover o ombro em várias direções.
- A amplitude de movimento limitada pode interferir nas atividades diárias normais e nas tarefas cotidianas.
Final (descongelação):
- Na fase final, a dor geralmente diminui e a rigidez persiste.
- Gradualmente, a cápsula articular começa a se soltar, permitindo uma recuperação progressiva da amplitude de movimento.
- O processo de descongelação pode levar vários meses, e em alguns casos, a recuperação completa pode não ser alcançada.
É importante ressaltar que a dor no ombro pode ter várias causas, como lesões, artrite, bursite e outras condições musculoesqueléticas. Somente uma avalição médica e exames específicos podem indicar se a dor persistente no ombro é uma complicação ou não do diabetes.
Sintomas comuns de diabetes
- Poliúria: Aumento da frequência urinária. Pessoas com diabetes podem urinar com mais frequência devido à tentativa do corpo de eliminar o excesso de glicose pelos rins;
- Polidipsia: Devido à perda de líquidos associada à micção frequente, as pessoas com diabetes podem sentir uma sede intensa;
- Polifagia: A polifagia refere-se a um aumento anormal do apetite e é um sintoma comum em pessoas com diabetes, especialmente na diabetes tipo 1 e tipo 2;
- Fadiga: Sensação de cansaço constante e falta de energia. A incapacidade das células de absorver glicose eficientemente pode levar a uma falta de energia;
- Visão turva: Mudanças na visão podem ocorrer devido a alterações nos níveis de glicose no sangue;
- Feridas que cicatrizam lentamente: Pessoas com diabetes podem ter dificuldade em cicatrizar feridas e cortes, e infecções podem ocorrer mais facilmente;
- Formigamento ou dormência: Pode ocorrer nas extremidades devido a danos nos nervos, conhecido como neuropatia diabética;
- Infecções frequentes: Pessoas com diabetes podem ser mais suscetíveis a infecções, especialmente urinárias e cutâneas;
- Mudanças de humor: Variações nos níveis de glicose no sangue podem afetar o humor, causando irritabilidade e mudanças emocionais.
Como prevenir?
A melhor forma de prevenir o diabetes tipo 2 e diversas outras doenças é a incorporação de hábitos saudáveis. O incentivo para uma alimentação saudável, balanceada e a prática de atividades físicas devem ser uma prioridade.