Adolescentes frequentemente seguram latas de energético em baladas e eventos sociais, atraídos pela promessa de energia extra e diversão, especialmente quando combinadas com álcool. Além disso, alguns os utilizam para melhorar o desempenho físico nos treinos na academia. Mas eles pouco se questionam sobre as consequências disso.
🍻Busca por aceitação social. Essa escolha não é aleatória, mas sim influenciada pela busca de identidade e aceitação social típica da adolescência, bem como pelo ritmo acelerado da vida moderna, que exige uma energia aparentemente inesgotável para lidar com obrigações escolares, preparação para o vestibular e vida social intensa.
🧐O que dizem as pesquisas? Um estudo de 2013 da Agência Europeia de Segurança Alimentar (EFSA) revelou que uma grande proporção de adolescentes e crianças já experimentou bebidas energéticas, com alguns adolescentes consumindo quantidades preocupantes, inclusive ultrapassando as recomendações de cafeína sugeridas para sua faixa etária. Além disso, essas bebidas contêm quantidades significativas de açúcar, com variações dependendo do tamanho da lata.
🤔 Essas bebidas são saudáveis? O consumo de energéticos entre os jovens começou há muito tempo, inicialmente associado à influência do esporte e à percepção de que eram saudáveis, especialmente devido ao patrocínio de marcas de energéticos em eventos esportivos. No entanto, evidências mostram que essas bebidas podem acarretar mais danos do que benefícios para a saúde.
🔞 Crianças e adolescentes. A Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) é enfática em sua posição contra o consumo de bebidas energéticas por crianças e adolescentes. "A recomendação da instituição é a de zero consumo", reforça, em entrevista ao Estadão, o médico e pediatra Gustavo Moreira, que comanda o Departamento Científico de Sono da SBP.
Energéticos trazem mais prejuízos do que benefícios
O especialista afirma que essas bebidas são só dor de cabeça quando o assunto é saúde física. "Devido aos altos níveis de açúcar e ácido, ela pode danificar os dentes, dissolvendo o esmalte e causando cáries, além de aumentar o risco de obesidade," alerta. "Mas o maior problema é o excesso de cafeína e guaraná, dois estimulantes potentes que podem levar a palpitações, sudorese e afetar o sistema nervoso central (SNC), trazendo ainda mais ansiedade," avisa.
Além disso, quando são adicionados a bebidas alcoólicas, eles se transformam em um coquetel perigoso para a saúde. O doutor Gustavo esclarece que o álcool pode induzir uma sensação de euforia, embora seus efeitos variem de pessoa para pessoa. "Tem 30% que não sentem isso. Mas, ao tomar o energético, elas vão sentir um efeito estimulante e relaxante por conta do álcool, levando as pessoas a subestimar seu nível de embriaguez e a ingerir mais álcool. Ah, e é bom lembrar que o consumo de álcool é recomendado somente depois dos 18 anos."