Dor da vergonha: Saiba o que é alopecia, doença abordada em ‘Vai na Fé’

Segundo dados da Sociedade Brasileira do Cabelo – SBC mais de 42 milhões de brasileiros são afetados pela alopecia

A alopecia areata é a doença que acomete a personagem de Elisa Lucinda em “Vai Na Fé” | Reprodução:Globo
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A novela “Vai Na Fé” está abordando uma doença que afeta a autoestima de milhares de brasileiros. A trama de autoria de Rosane Svartman, já abordou diversas pautas sociais importantes como o racismo estrutural, assédio e agora começa a abordar um problema em alta crescente no Brasil: a alopecia. O nome se refere à queda de cabelo ou de pelos de qualquer parte do corpo, que pode se referir a questões genéticas, traumas, estresse ou ser uma manifestação autoimune. 

O folhetim do horário das sete tem dado destaque para a luta pessoal e as falhas no couro cabeludo de Marlene, interpretada por Elisa Lucinda. A personagem usa peruca para disfarçar o impacto da doença, no caso dela de origem emocional. Em sua primeira cena mostrando os cabelos reais, exibida nesta última quarta-feira (19), a matriarca da família de Sol (Sheron Menezzes) apareceu emocionada e envergonhada por conta do problema.

Em entrevista à Patricia Kogut, do jornal O Globo, Elisa Lucinda falou sobre a gravação do da cena. "A gravação foi muito mobilizante para mim. Não tinha texto, era só ela na frente do espelho tirando a peruca e sentindo a dor da vergonha, da questão estética. Me senti representando milhões de mulheres que não falam da alopecia, que sentem vergonha do marido, vergonha social", destacou a atriz.

O que é alopecia?

A alopecia é uma condição que gera a queda repentina de cabelos ou de pelos em áreas específicas do corpo. Uma pessoa normalmente perde até 100 fios de cabelos por dia, porém, quando a renovação deles não ocorre ou um folículo capilar é danificado, a queda de cabelo pode se tornar superior à capacidade de regeneração.

Como tratar a alopecia?

Existem formas para minimizar a perda de fios e até reverter a situação, como no caso do eflúvio telógeno. Por isso, ter o diagnóstico do tipo certo de alopecia é essencial para que o médico possa melhor direcionar o tratamento. Muitas vezes, é necessário realizar infusões de medicamentos na região acometida, e existe o risco da alopecia retornar. "O tratamento  varia de acordo com o diagnóstico e compõe uma vasta gama de opções com medicamentos orais, suplementos nutricionais, injeções locais, laser, led e microagulhamento", afirma a médica tricologista e cirurgiã plástica Patrícia Marques.

Outro ponto importante é que nem todo tipo de alopecia tem cura. "A maioria tem controle", salienta a médica. A calvície, por exemplo, é uma doença genética, cujo tratamento visa diminuir sua progressão. Já com a alopecia areata, quando tratada, os cabelos costumam voltar a crescer. Por outro lado, a recorrência do problema é muito comum.

Alopecia areata

A alopecia areata é a doença que acomete a personagem de Elisa Lucinda em “Vai Na Fé”, segundo matéria publicada pelo Gshow. Marlene é portadora da doença caracterizada como autoimune. Esse tipo gera falhas em formatos arredondados e em áreas específicas do couro cabeludo, além de atingir barba, cílios e sobrancelhas. Segundo a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), esse tipo pode ser ainda classificado como total, quando há perda de todo o cabelo, ou universal, quando caem pelos de todo o corpo. Nos próximos capítulos, a mãe de Sol deve procurar o Sistema Único de Saúde (SUS) para iniciar o tratamento. Ela vai contar ainda com o apoio de Bruna (Carla Cristina Cardoso) para fazer penteados e cuidar da autoestima.

Outros tipos de alopecia, além da areata e da calvície:

Alopecia por tração: ocorre como consequência do excesso de penteados que forçam a raiz do cabelo.

Alopecia frontal fibrosante: costuma atingir mulheres que já passaram pela menopausa e é caracterizada por um recuo da linha do cabelo, além da perda de pelos nas axilas e sobrancelhas.

Eflúvio telógeno: gera perda de 300 a 500 fios por dia em decorrência de algum evento, condição médica ou deficiência de vitaminas.

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