A toxina botulínica, popularmente conhecida como botox, lidera entre os procedimentos estéticos não cirúrgicos para suavizar rugas e linhas de expressão. Segundo a Isaps, foram realizados 9,2 milhões desses procedimentos no mundo em 2022, sendo mais de 433 mil no Brasil — cerca de 44,6% dos tratamentos estéticos não cirúrgicos no país.
No entanto, com a popularidade crescente, também aumentaram os casos de complicações. Um estudo da Unifesp, que analisou 50 pesquisas internacionais entre 2017 e 2022, concluiu que o uso estético da toxina não pode ser considerado minimamente invasivo.
"Isso pode levar os pacientes à falsa impressão da inexistência de efeitos colaterais, o que não é verdade", alerta a médica Samira Yarak, professora adjunta do departamento de Dermatologia da Unifesp e coordenadora do trabalho.
Pontos de atenção
A maioria dos efeitos colaterais do botox é leve e passageira, como hematomas, inchaço e dor no local da aplicação. No entanto, podem surgir complicações mais sérias, como queda da pálpebra, assimetria facial, visão dupla, dificuldade para fechar os olhos, infecções, dor de cabeça, náusea, reações alérgicas e, em casos raros, reação anafilática. Esses problemas geralmente estão ligados a erros na aplicação, uso de produtos não autorizados pela Anvisa, diluições inadequadas ou falta de qualificação do profissional.
"Também é importante que seja feita uma avaliação individualizada do paciente, analisando suas necessidades específicas, histórico médico e expectativas", diz a cirurgiã plástica especializada em cirurgia craniofacial Alessandra dos Santos Silva, da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica.
Contraindicações
É importante estar atento às contraindicações do uso da toxina botulínica. O tratamento não é indicado para pessoas com doenças autoimunes, inflamações ativas, alergia a componentes da fórmula, problemas de coagulação, doenças neuromusculares, além de gestantes e mulheres que estão amamentando.
No Brasil, o procedimento pode ser realizado por médicos, dentistas, enfermeiros, biomédicos e farmacêuticos. Por isso, é essencial confirmar a qualificação e a especialização do profissional antes de agendar a aplicação. "É essencial que ele tenha conhecimento profundo da anatomia facial, técnicas de antissepsia, princípios farmacológicos da toxina botulínica e interações com medicamentos e doenças", orienta Samira Yarak.
Com informações do Estadão