O estado com mais doentes graves é Goiás (2 972), seguido de São Paulo (1 359) e Paraná (1 265), segundo último boletim epidemiológico divulgado pelo Ministério da Saúde. Já o ranking de óbitos é diferente, com São Paulo na primeira colocação (134). Santa Catarina (43) e Goiás (41) fecham o pódio.
“No geral, a letalidade entre as pessoas que contraem a dengue é baixa, cerca de 0,04%. É preciso fazer uma análise regional para entender por que houve mais óbitos em determinado local”, explica Expedito José de Albuquerque Luna, pesquisador do Laboratório de Epidemiologia do Instituto de Medicina Tropical da Faculdade de Medicina da USP.
Dentro do estado paulista, por exemplo, a cidade de Araraquara acumulou sozinha cerca de 10 mil casos, com 17 mortes. A má qualidade de atendimento médico do local e a capacidade de registrar os casos oficialmente são alguns dos pontos a serem considerados.
A chegada de um novo subtipo da dengue em determinada cidade também colabora para a subida nos números. Lembrando que a dengue possui quatro tipos, enumerados de 1 a 4. Uma infecção não garante imunidade sobre a outra, e pessoas já afetada por uma cepa, ao serem atacadas por outra, correm maior risco de complicações.
O mês de maio tradicionalmente encerra o ciclo do período mais intenso de transmissão – a tendência é que os números comecem a cair daqui em diante. Importante lembrar, no entanto, que a situação volta a piorar no fim do ano, com o verão.
Segundo o Infodengue, sistema de alerta para doenças transmitidas por mosquitos mantido pela Fundação Oswaldo Cruz, há estados com tendências de manter os casos de dengue em alta. O Paraná tem 157 cidades com clima propício para proliferação do Aedes aegypti. No Ceará, são 102 municípios com esse aviso e, na sequência, vem a Bahia, com 36, e a Paraíba, com 28.