A enxaqueca é uma condição neurológica que atinge milhões de pessoas em todo o mundo e, segundo especialistas, pode ter forte influência genética. O neurologista Carlos Eduardo Altieri, do Hospital Sírio-Libanês, explicou em entrevista que esse fator hereditário é determinante para a sensibilidade à dor.
De acordo com Altieri, "a pessoa que tem enxaqueca tem uma condição genética, ela tem todo um conjunto de fatores que faz ela ser mais sensível à dor na cabeça." Essa herança genética pode explicar por que algumas pessoas desenvolvem crises intensas de dor, enquanto outras, mesmo expostas aos mesmos gatilhos, não apresentam sintomas.
Entre os fatores que ajudam a controlar a enxaqueca, o neurologista destaca a importância da ingestão adequada de água. "Uma das condutas que a gente tem no pronto-socorro, quando uma pessoa chega em crise de enxaqueca, é hidratar", revelou Altieri, apontando que a hidratação pode atenuar tanto a frequência quanto a intensidade das crises.
Outro ponto levantado por ele é que a desidratação, mesmo que leve, pode atuar como fator agravante para quem já tem predisposição à enxaqueca. Manter-se hidratado deve, portanto, fazer parte da rotina de quem busca evitar o surgimento das crises.
PERIGO NO EXAGERO DE ANALGÉSICOS
Além disso, Altieri alertou sobre os riscos do uso exagerado de analgésicos sem acompanhamento médico. "Não é tomar analgésico todo dia sem parar, se você toma muito analgésico todo dia sem parar, sua dor vai cronificar", afirmou o especialista, chamando atenção para os perigos da automedicação.
Como alternativa ao uso contínuo de remédios, ele recomenda buscar auxílio profissional. "Vá ao médico, vá ao especialista, especialmente enxaqueca hoje em dia tem tratamento e ela sai da sua vida", destacou, reforçando que há recursos modernos e eficientes que podem melhorar significativamente o quadro clínico.
Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), aproximadamente 40% da população mundial sofre de dores de cabeça, o que reforça a urgência de abordar a enxaqueca com seriedade e acompanhamento adequado.
Entender a base genética da enxaqueca e seguir orientações médicas pode fazer toda a diferença na rotina dos pacientes. O tratamento correto não apenas alivia os sintomas, como também pode transformar a vida de quem convive com esse problema crônico.