Crianças podem ser vegetarianas? Nutróloga explica

É comum que casais que seguem uma alimentação vegetariana tenham dúvidas sobre isso em relação aos filhos

Alguns cuidados são necessários ao introduzir crianças no vegetarianismo | Reprodução/Internet
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É comum que casais que seguem uma alimentação vegetariana tenham dúvidas sobre isso em relação aos filhos. Afinal, uma criança pode seguir uma alimentação vegetariana? A resposta a esta questão, frequente nos consultórios de pediatria, é sim. Mas se observados pontos essenciais, como acompanhamento de um especialista, para que a criança não corra riscos, devido à deficiência de algum nutriente, em nenhuma fase do seu desenvolvimento.  

 “Tudo é permitido, mas esse acompanhamento e orientação devem começar já durante a pré-concepção, quando os pais são vegetarianos e gostariam que seu filho também fosse.  A opção por esse tipo de dieta está associada a hábitos familiares, estilo de vida ou mesmo crenças religiosas”, observou a professora Karla Cristina Malta Vilanova, coordenadora do Departamento de Nutrição Enteral e Parenteral Infantil da ABRAN (Associação Brasileira de Nutrologia), durante sua palestra apresentada durante o XXVII Congresso Brasileiro de Nutrologia, em São Paulo.

Acompanhamento

A especialista alertou que, em dietas mais radicais, há um maior risco e necessidade de fazer reposições de nutrientes, via suplementação, para atingir a quantidade ideal de macro e micronutrientes e fibras. Diante disso, fica clara a necessidade de um acompanhamento profissional, para garantir que a criança esteja se alimentando bem.

“A alimentação deve ser associada a bons hábitos e com uma composição dietética diária equilibrada a fim de prover todos os nutrientes necessários para cada faixa etária, incluindo todas as fases da vida da criança e mesmo durante a gestação. Por isso, é importante uma avaliação individua.”

Para Karla Malta, é fundamental um acompanhamento médico para checar a necessidade de ingestão de alimentos fortificados, para que se exclua o risco de um déficit nutrológico. “Não há problema em estimular o vegetarianismo na infância, mas é essencial oferecer alimentos de alto valor nutricional ricos em vitaminas, sais minerais e todos os nutrientes necessários para garantir o crescimento físico em cada etapa do desenvolvimento”, alerta.

Alternativa para crianças

O Ministério da Saúde ressalta que todas as crianças, vegetarianas ou não, devem ser amamentadas até os dois anos de vida ou mais e, nos primeiros seis meses, o leite materno deve ser o alimento exclusivo. A partir dos seis meses de idade, se a criança continuar sendo amamentada, boa parte do cálcio que ela precisa virá do leite materno. O restante deve vir dos alimentos de origem vegetal, como espinafre, couve, bertalha, brócolis, alho-poró, tofu e amêndoa.

Considerando que os alimentos do grupo das carnes e ovos fornecem nutrientes importantes para o crescimento e desenvolvimento, para que a criança pratique o vegetarianismo e não tenha atrasos no progresso infantil, é preciso atenção redobrada para escolha dos alimentos e suas combinações para garantir uma oferta variada, de forma que estes forneçam as quantidades suficientes para atender as necessidades da criança e prevenir deficiências nutricionais.

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