Internada às pressas no mês passado, após uma infecção na prótese mamária, Luisa Marilac, que ficou famosa em 2012 com o bordão "Bons drinques?", precisou passar por uma cirurgia para retirar o silicone dos seios. Luisa sofreu uma inflamação generalizada em decorrência do uso irregular de prótese mamária e outros materiais altamente nocivos ao corpo humano. O episódio chamou atenção para o risco de incidentes como esse acontecerem.
Luisa Marilac retirou prótese de silicone após infecção
De acordo com o cirurgião plástico Davis Barbosa, não é comum haver infecção em cirurgias de próteses mamárias.
“Acontece em menos de 1% das mesmas. O maior problema quando a infecção acontece na presença de prótese é que pode ser necessária a retirada da mesma para resolver o problema. Nem sempre é possível tratar uma infecção na presença do implante”, afirma.
Segundo o médico, por se tratar de uma complicação incomum e que costuma acontecer de forma isolada, na maioria das vezes não é possível saber de onde veio a infecção. O tipo de bactéria pode dar uma pista de como isso aconteceu.
“Quando se tratam de bactérias normalmente vistas em domicílio (chamamos de bactérias comunitárias), sugere falha no pós-operatório, ou seja, quando não há uso dos antibióticos prescritos, realização inadequada dos curativos, manipulação com as mãos sujas, falta de limpeza adequada de lençóis e outros utensílios domésticos ou ainda, contato próximo com animais de estimação. Quando se tratam de bactérias hospitalares, passamos a suspeitar de manipulação inadequada da paciente durante a internação, falha da esterilização do material cirúrgico ou contaminação durante a cirurgia”, explica Davis.
Substâncias inadequadas
Por outro lado, segundo ele, infecções se tornam mais comuns em casos de pessoas que fizeram uso de substâncias inadequadas para aumento das mamas, tais como silicone líquido, PMMA, metacrilato, hidrogel, entre outros.
“Nestes casos pode acontecer infecção em qualquer momento do pós-operatório. Inclusive meses ou anos após a cirurgia, visto que não é possível retirar as substâncias lá colocadas e elas podem inflamar em qualquer momento. Há casos em que não é indicada a colocação de próteses de silicone”, acrescenta.
O cirurgião explica que a retirada da prótese costuma ser um procedimento de pequeno porte. E que futuramente a pessoa pode colocar uma nova prótese.
“Quando fazemos a retirada já pensamos na programação para colocar um novo implante. O tempo mínimo para esta cirurgia é de três meses após a resolução da infecção. Também costuma ser um procedimento de menor porte, com internação curta”, completou.