Um novo estudo publicado na revista BMJ Evidence-Based Medicine, sugeriu que a cúrcuma, especiaria popularmente conhecida por colorir o curry, pode ser considerada eficaz em práticas clínicas para o tratamento de indigestões. A especiaria é derivada da raiz da planta curcuma longa e, há muito tempo, é usada como remédio em países do sudeste da Ásia.
Uma substância presente na cúrcuma, que possui propriedades anti-inflamatórias e antimicrobianas, mostrou eficácia semelhante ao omeprazol – um medicamento que reduz a produção de ácido estomacal. A pesquisa liderada pelo professor Krit Pongpirul, da Faculdade de Medicina da Universidade de Chulalongkorn, na Tailândia, conduziu um experimento com 206 pacientes, entre 18 e 70 anos, que sofriam com indigestão recorrente.
O autor do estudo pontuou que “nunca houve estudos comparando diretamente a cúrcuma com medicamentos convencionais para indigestão”. Os participantes estiveram divididos em três grupos de tratamento, por um período de 28 dias. São eles:
- 1º grupo: tratado somente com cúrcuma;
- 2º grupo: tratado com omeprazol;
- 3º grupo: grupo tratado com a combinação de cúrcuma e omeprazol.
Antes e após o experimento, os pacientes tiveram sua indigestão avaliada por meio da Escala de Avaliação da Gravidade da Dispepsia (SODA). No final do estudo, a pontuação SODA indicou reduções significativas na gravidade dos sintomas, independentemente do grupo de tratamento. Inclusive, essas melhorias foram ainda mais fortes após 56 dias de dor e outros sintomas.
O professor Pongpirul também não detectou efeitos colaterais graves, embora alguns usuários de cúrcuma apresentaram alguma deterioração na função hepática. Apesar do pequeno tamanho do estudo e da falta de dados de acompanhamento a longo prazo, os resultados permitem considerar a cúrcuma em práticas clínicas.
“O ensaio multicêntrico randomizado e controlado fornece evidências altamente confiáveis para o tratamento da dispepsia funcional. As novas descobertas do nosso estudo podem justificar a consideração da curcumina na prática clínica”, explicou o professor, que também destacou a necessidade de estudos maiores.