Um novo estudo veiculado pela revista Neurology nesta semana, sugeriu que sofrer de hipersonia idiopática pode ser mais comum do que se acreditava na literatura médica. Até então, a condição que era considerada como um distúrbio de sono raro, tem como principal característica a sonolência excessiva, ainda que a pessoa tenha passado por uma boa noite de descanso.
Essa condição é mais comum em homens e, além do sono diurno e da sensação de sempre estar cansado, o indivíduo também pode ter grande dificuldade para despertar ou fazê-lo em meio a um estado de torpor e de confusão mental, demorando a dar conta de si e do que precisa fazer ao sair da cama.
David T. Plant, um dos autores da pesquisa,da Universidade de Wisconsin-Madison, nos Estados Unidos afirmou: “Examinamos dados de um grande estudo do sono e descobrimos que esta condição é muito mais comum do que as estimativas anteriores davam conta e tão prevalente quanto algumas outras condições neurológicas e psiquiátricas comuns, como epilepsia, transtorno bipolar e esquizofrenia”.
O estudo indicou que a condição pode afetar cerca de 1,5% da população. A análise se baseou em exames de sono de 792 voluntários. Anteriormente considerada rara, a ciência agora considera que a condição pode afetar mais de 100 milhões de pessoas no mundo.
O que causa a doença?
Este distúrbio parece ser causado por uma disfunção do sistema nervoso central. Ele mantém uma sonolência diurna excessiva, a sensação constante de sono por horas, mesmo que o corpo tenha atingido os níveis necessários de descanso.
Geralmente, as pessoas acometidas com hipersonia idiopática têm dificuldade para acordar e, quando acordam, experimentam um período de inércia do sono caracterizado por sonolência, diminuição da cognição e comprometimento motor. O tratamento da doença é feito com remédios que regulam as transações químicas do cérebro, antidepressivos e mudanças no estilo de vida.
Menos qualidade de vida
O grande problema desse distúrbio é que costuma ser subnotificado porque os exames para detectar a doença são sofisticados, ou seja, mais caros. O prejuízo é que muitas pessoas podem viver com a qualidade de vida prejudicada apesar da condição ter tratamento. O ideal é que tanto o diagnóstico quanto o tratamento da hipersonia sejam conduzidos por um médico neurologista especializado em distúrbios do sono.