
Uma entrevista descontraída transformou-se em momento constrangedor quando o vice-governador da Bahia, Geraldo Júnior (MDB), conhecido como Geraldinho, questionou o ex-ministro Geddel Vieira Lima sobre sua condenação por lavagem de dinheiro durante o programa "De Cara Com O Líder", da BNews. O episódio, gravado na última quarta-feira, viralizou após Geraldinho brincar com os comentários da oposição:
Quando falo que vou entrevistar Geddel, eles mandam robôs: 'Você vai entrevistar Geddel? O cara da mala de dinheiro?' Foram R$ 51 milhões ou R$ 54 milhões?
Provocou o vice, referindo-se às malas de dinheiro apreendidas pela Polícia Federal (PF) em 2017 no apartamento do ex-ministro.
A reação de Geddel foi imediata e seca:
Ai, só perguntando lá no STF. Essa coisa é com minha defesa. Não se preocupa com isso.
Geraldinho tentou aliviar o clima, afirmando:
Se eu me preocupasse, ia trazer você aqui? Ia almoçar com você, ouvir seus conselhos?
Mas Geddel, visivelmente incomodado, repetiu várias vezes "Toca o barco, Geraldinho", pedindo para mudar de assunto.
Confira o vídeo:
O caso das malas de dinheiro
Em setembro de 2017, Geddel foi preso após a PF encontrar R$ 51 milhões em seu apartamento, num esquema de corrupção envolvendo a Caixa Econômica Federal. Em 2019, ele e seu irmão, Lúcio Vieira Lima, foram condenados pelo STF a 13 anos e 4 meses por lavagem de dinheiro e associação criminosa, tornando-os inelegíveis. Após cumprir parte da pena, Geddel foi liberado em 2022 e hoje cumpre regime condicional.
Repercussão e estratégia política
O momento gerou debate nas redes sociais, com críticos acusando Geraldinho de normalizar a presença de condenados na política, enquanto aliados defendem que a entrevista foi um "acerto de contas público". Geddel, mesmo inelegível, mantém influência no MDB baiano, e sua relação com o vice-governador segue sendo alvo de análises.
Enquanto isso, a oposição aproveita o vídeo para questionar: "Até onde vai a lealdade política?" O caso ressalta o desafio de figuras públicas em equilibrar alianças e imagem, especialmente quando o passado judicial de aliados volta à tona.