O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou a abertura de um novo inquérito para investigar tentativas de obstrução das investigações dos assassinatos de Marielle Franco e Anderson Gomes, ocorridos em 2018. A decisão, baseada em pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR), também aborda indícios de corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
ENVOLVIDOS
No centro das investigações está o envolvimento de figuras como os irmãos Chiquinho e Domingos Brazão, o ex-chefe da Polícia Civil do Rio de Janeiro, Rivaldo Barbosa, além dos delegados Giniton Lages e Marco Antônio de Barros Pinto. Recentemente, Chiquinho Brazão, Domingos Brazão e Rivaldo Barbosa tornaram-se réus por unanimidade na Primeira Turma do STF, acusados de serem mandantes dos homicídios.
INVESTIGAÇÃO
Alexandre de Moraes também encaminhou outra linha de investigação ao GAECO (Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado) do Ministério Público do Rio de Janeiro. Esta foca em possíveis crimes como corrupção passiva, organização criminosa e lavagem de dinheiro envolvendo Rivaldo Barbosa.
PRÁTICAS ILÍCITAS
A PGR argumentou ao STF sobre os indícios de práticas ilícitas estruturais por parte de Rivaldo Barbosa, tanto como Diretor da Divisão de Homicídios quanto como Chefe de Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro. A denúncia também menciona suspeitas de lavagem de dinheiro em conjunto com sua esposa, Érika Araújo.
DENÚNCIA
A aceitação da denúncia pelo STF incluiu também o ex-major da Polícia Militar fluminense, Ronald Paulo de Alves Paula, e Robson Calixto Fonseca, conhecido como Peixe, ex-assessor de Domingos Brazão no TCE do Rio. Apesar dos pedidos de rejeição da denúncia pela defesa, a corte considerou haver suficientes elementos de ligação entre os interesses da organização criminosa e os assassinatos de Marielle Franco e Anderson Gomes.
"De forma clara e lógica, a Procuradoria Geral da República expôs que, após a colaboração premiada de um dos suspeitos — na verdade o executor material confesso, Ronnie Lessa —, foi possível colher indícios mínimos de autoria e materialidade a respeito da existência de uma organização criminosa relacionada às milícias do estado do Rio de Janeiro, no qual, em tese [...] o deputado federal João Francisco Inácio [Chiquinho] Brazão faria parte, exercendo influência política desde os anos 2000 e que teria sido o responsável pela prática como mandante dos crimes de homicídios", declarou o ministro.
PRÓXIMOS PASSOS
Com a unanimidade da Primeira Turma do STF, o processo agora avança para a fase de instrução, que envolverá a coleta de provas, depoimentos de testemunhas e interrogatórios dos réus, marcando um passo importante na busca por justiça neste caso complexo e de repercussão nacional.
Com informações do g1