O apoio ao presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, caiu abaixo de 50% pela primeira vez nas pesquisas periódicas realizadas pela "CNN", segundo informou nesta sexta-feira (4) a rede que, no entanto, anunciou que 62% dos consultados se mostrou a favor de sua nova estratégia no Afeganistão.
Quarenta e oito por cento dos americanos questionados aprovaram o governo Obama nos quase 12 meses que está no cargo, sete pontos percentuais menos que na última pesquisa, realizada em novembro, na qual obteve 55% de adesões.
Cinquenta por cento disseram que não respaldam o trabalho do presidente, contra 42% de há um mês.
Os dois pontos percentuais que completariam 100% da amostra são a margem de erro deixada pela empresa de consultoria "CNN" Opinion Research Corp., responsável pela pesquisa.
O diretor da enquete, Keating Holland, explicou que a maior queda entre os que apoiam o presidente aconteceu entre a população de eleitores brancos com estudos básicos não universitários.
"Este é um indicador, entre outros, que a impopularidade de Obama poderia estar relacionada com o desemprego e uma economia empobrecida", mais que com outros fatores como o anúncio de enviar mais tropas ao Afeganistão, disse Holland.
Curiosamente, apesar das críticas recebidas pelos setores que acreditavam que Obama não enviaria mais tropas ao Afeganistão, e não iniciaria a saída do Iraque para colocar-se totalmente no Afeganistão, seis de cada dez consultados estão a favor do envio de 30 mil soldados adicionais à região, anunciado ao longo da semana.
Além disso, dois terços dos consultados se mostraram a favor que a retirada das tropas do Afeganistão comece em 2011, como está previsto no plano, embora a maioria tenha considerado que ter anunciado esta data com tanto adiantamento foi um erro e poucos acreditam que possa ser cumprido.
No entanto, a "CNN" indicou que o fato de que a população aprove majoritariamente esta estratégia, não quer dizer que esteja de acordo com o prolongamento da guerra começada por seu antecessor, George W. Bush (2001-2009), em 2001.
Segundo Holland, "dois terços dizem que culpam o presidente anterior, não Obama, pelos problemas enfrentados atualmente pelos EUA no Afeganistão", onde a violência voltou a crescer nos últimos meses.
No entanto, a situação pode mudar e acabar convertendo-se na "Guerra de Obama", já que 54% admitiram que o culparão de qualquer problema que o país tenha que enfrentar no Afeganistão em 2011.
A "CNN" assinalou que Obama não é o primeiro presidente com um índice inferior a 50% em seu primeiro ano de mandato, já que Ronald Reagan (1981-1989) obteve em novembro de 1981 49%, e Bill Clinton (1993-2001) caiu abaixo de 50% ao completar cinco meses no poder, a queda mais rápida registrada.