O governo prometeu ontem ser mais transparente na divulgação dos gastos com a organização da Copa de 2014 e da Olimpíada de 2016. O ministro do Esporte, Orlando Silva, prometeu publicar informações sobre todos os projetos associados aos dois eventos esportivos, inclusive os que ainda não foram contratados e o ministério ameaçava não incluir em suas prestações de contas.
Em ofício enviado em fevereiro ao TCU (Tribunal de Contas da União), o ministério avisara que a divulgação de novas despesas com as áreas de segurança, telecomunicações e saúde seria feita de acordo com a "conveniência do Poder Executivo".
Silva e dois assessores do ministério assinaram o ofício. O ministro disse ontem que o documento foi mal interpretado e que o ministério nunca se negou a prestar informações ao TCU. Mas não há no ofício nenhum compromisso com a divulgação completa das informações.
As dúvidas sobre a prestação de contas desses gastos surgiram no mesmo momento em que o governo começou a ser criticado por causa das mudanças que deseja fazer na contratação de obras e serviços para os dois eventos.
Projeto aprovado pela Câmara nesta semana permite que o governo mantenha em sigilo os orçamentos em que estima seus gastos antes da contratação dos projetos. O governo diz que a mudança é necessária para evitar conluio entre as empresas interessadas nos contratos, mas críticos da iniciativa acham que ela reduzirá a transparência das licitações públicas e não ajudará a inibir tentativas de fraude.
Segundo Silva, os gastos do governo serão divulgados no Portal da Transparência na internet depois que os projetos forem contratados e à medida que pagamentos às empresas forem feitos. O ministro disse ontem que falou com a presidente Dilma Rousseff sobre o assunto. "É ordem explícita da presidenta [...] que todo processo de contratação para a Copa e a Olimpíada deve ter máxima transparência".