Índios sobem marquise do Congresso Nacional pela demora em demarcação

Eles subiram a marquise do Congresso Nacional, onde permaneceram por cerca de meia hora

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Centenas de índios de diversas etnias se manifestaram nesta terça-feira em Brasília para exigir uma maior rapidez no processo de demarcação de reservas e protestar pela insegurança em suas terras, que são alvo de vários conflitos de propriedade. "A terra indígena é um direito original e o governo tem a obrigação de estabelecer os territórios", declarou aos jornalistas Sonia Guajajara, membro da Associação de Povos Indígenas, que convocou o protesto.

A manifestação passou pela Esplanada dos Ministérios e serviu para reiterar a rejeição dos índios a um projeto de lei que pretende alterar as normas para a demarcação de terras indígenas. Ao final, eles subiram a marquise do Congresso Nacional, onde permaneceram por cerca de meia hora. O projeto propõe que essa responsabilidade, que até agora é da Fundação Nacional do Índio (Funai), seja transferida ao Congresso, no qual existem grupos parlamentares que representam os interesses dos empresários do campo.

A Associação de Povos Indígenas também voltou a denunciar a insegurança vivida em muitas de suas terras devido a disputas judiciais com grandes fazendeiros e também a violentos conflitos. De acordo com um recente relatório da Comissão Pastoral da Terra, organismo vinculado ao Episcopado brasileiro, o ano passado 15 membros de comunidades indígenas foram assassinados no meio de disputas pela propriedade das terras. Segundo o relatório, a etnia yanomami foi a principal vítima desses conflitos durante 2013, quando cinco de seus membros foram assassinados no Estado de Roraima, fronteiriço com a Venezuela.

Após descerem a rampa do Congresso, os indígenas saíram em caminhada pelo Eixo Monumental. Eles bloquearam as duas vias, o que deu início a um confronto com a polícia.

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