Hillary Clinton anunciou oficialmente neste domingo (12) que vai se candidatar à presidência dos Estados Unidos nas próximas eleições, que acontecerão em novembro de 2016. É a segunda vez que a ex-secretária de Estado do país tenta chegar ao posto.
Sete anos depois de sua derrota para Barack Obama nas primárias do Partido Democrata, Hillary Clinton se lança à arena eleitoral como a franca favorita para uma dura batalha de 16 meses.
O anúncio foi feito através de um vídeo divulgado em seu site oficial. Com 67 anos de idade, Hillary é por ora a única pré-candidata presidencial democrata, e domina as pesquisas dentro de seu partido.
Os americanos precisam de um defensor. Eu quero ser esse defensor. Eu me lanço à arena para ganhar o voto de vocês — afirmou Hillary em seu primeiro vídeo de campanha.
As primárias começarão no princípio de 2016, em Iowa e New Hampshire. A eleição presidencial acontecerá em novembro. Hillary Clinton teceu uma aliança com Barack Obama, seu adversário nas primárias de 2008 e que se tornou seu amigo.
Na corrida democrata para conquistar a indicação do partido nas eleições gerais dos Estados Unidos em novembro de 2016, a pré-candidata Hillary Clinton guarda em seu programa de governo uma boa notícia para o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a presidente Dilma Rousseff: apoiará o programa Bolsa Família caso seja eleita.
A menção ao programa, uma das principais bandeiras sociais do governo Lula, é encarada pela ex-primeira-dama como prioridade para diminuir a pobreza no continente. Em sua plataforma eleitoral para a América Latina, Hillary escreve, na primeira pessoa, sobre a necessidade de reconstruir as relações de seu país com as nações da região.
"Eu vou apoiar programas que dão às famílias poder para construírem seus próprios futuros, como o Bolsa Família do Brasil", afirma a senadora de Nova York. "Essas idéias de combate à pobreza podem ser colocadas em prática aqui, na nossa casa", acrescenta.
No documento oficial em que Hillary Clinton menciona o Brasil, há quatro prioridades prometidas pela pré-candidata à Casa Branca: estimular governos democráticos na América Latina; contribuir para reduzir a desigualdade social da região em 50% até 2015; combater mudanças climáticas e fazer a reforma da imigração nos EUA.
"Isso significa um reconhecimento da importância do Brasil e apoio à sua agenda social. O apoio dela ao Bolsa Família mostra que os programs sociais do governo são mais criticados no Brasil do que fora", afirma Cristina Pecequilo, doutora em Política Internacional pela USP e especialista em eleições nos EUA.
Se eleita, a ex-secretária de Estado dos EUA propõe criar o Fundo de Investimento Social e o Fundo de Desenvolvimento Econômico para as Américas, iniciativas defendidas por Lula desde seu primeiro mandato.
"Como presidente, eu vou dar à América Latina o respeito e a atenção que ela merece. Em colaboração com nossos parceiros da região, eu vou trabalhar duro para restaurar a credibilidade dos Estados Unidos e entregar resultados concretos para o povo da América Latina", diz ela.
As palavras de Hillary têm também uma motivação estratégica. A população de origem hispânica nos EUA já atinge a marca dos 15% neste ano e é a faixa do eleitorado que mais cresce naquele país.
A campanha de Hillary não estava imediatamente disponível para explicar os detalhes do apoio ao Bolsa Família. Proposta semelhante não foi encontrada no programa oficial do pré-candidato Barack Obama, líder das primárias do partido.
Em 2008, Hillary também buscou inspiração e base em governo Lula
Em 2008, Hillary estava em segundo lugar pela busca de indicação do partido, atrás de Barack Obama.
A estratégia foi buscar inspiração e apoio em governos progressistas e a pré-candidata, viu no governo Lula, ideias ideais para os EUA.
O programa brasileiro, chamado nos EUA de “Family Voucher”, distribui dinheiro a famílias de baixa renda em troca da presença dos seus filhos menores de 15 anos às escolas.
Hillary perdeu a batalha pela indicação do partido Democrata para o então candidato Barack Obama, em 2008.