
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, reagiu com ceticismo aos resultados de uma pesquisa da Quaest que apontou um aumento em sua rejeição. Em entrevista ao programa Bom Dia, Ministro nesta quinta-feira, ele questionou a metodologia do levantamento, comparando-o a uma "conversa informal" e destacando que pesquisas com poucos entrevistados não podem ser consideradas representativas.
Haddad citou como exemplo uma suposta pesquisa realizada com 106 pessoas na Faria Lima, em São Paulo, para ilustrar sua crítica.
Olha, depende de onde você fizer a pesquisa, vai sair de um jeito. Se você vai na Faria Lima e consulta as pessoas... 106 pessoas na Faria Lima consultadas e dizer que isso é uma pesquisa, é dar um nome muito pomposo para uma coisa que deve ter sido feita em 15 minutos ali num bairro.
O ministro também destacou que diferentes regiões de São Paulo têm perfis eleitorais distintos, o que influenciaria os resultados.
Depende do bairro de SP, tem bairro que 90% das pessoas votam na direita. Uma pesquisa com 100 pessoas não dá para dar o nome de pesquisa. Você vai numa mesa de bar e pergunta. Isso não é pesquisa.
Apesar das críticas, Haddad afirmou que não desmerece o trabalho dos responsáveis pela pesquisa, mas ponderou que é preciso ter cuidado ao interpretar os números.
Não estou desmerecendo quem fez, só estou dizendo que dar muita importância... Mas assim, é bacana, estou surpreso até que estou razoavelmente bem.
Por fim, o ministro ressaltou que quem está na vida pública precisa lidar com avaliações e críticas, destacando a importância da resiliência.
Se você não tem a casca um pouco grossa, nem dá para vir para cá.
A pesquisa da Quaest, divulgada na quarta-feira (19), mostrou que a rejeição de Haddad subiu de 31% para 37% em comparação com o levantamento anterior. O ministro, no entanto, pareceu relativizar os resultados, enfatizando a complexidade de se realizar pesquisas representativas e a necessidade de contextualizar os dados.