
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) se pronunciou pela segunda vez, nesta quarta-feira (26), sobre a "minuta de golpe" encontrada na casa de Anderson Torres, ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal. Em entrevista coletiva, Bolsonaro explicou que imprimiu o documento para "entender o que era".
“Você pega a minuta do golpe encontrada na casa do Anderson. Tem um primeiro parágrafo, meia dúzia de linhas, que fala que seria uma intervenção via estado de defesa no TSE. O resto, as outra duas páginas, cópias da constituição”, afirmou Bolsonaro em entrevista coletiva.
“Chamar aquilo de minuta de golpe? E outra, essa tal da minuta do golpe foi tratado ontem pelos advogados, já estava há quase um ano circulando pela internet. E logo depois, quando fizeram a terceira busca e apreensão, a imprensa anunciou: encontraram a minuta de golpe… Sim, porque eu havia requerido, meu advogado havia requerido, mandou pra mim, eu imprimi. Eu queria saber o que era isso“, prosseguiu.
MINISTRO DO STF E ADVOGADO REAGEM A 'MINUTA DE GOLPE
O caso tem ganhado grande repercussão no Supremo Tribunal Federal (STF). O ministro Alexandre de Moraes, relator do processo criminal que envolve Bolsonaro e outras 33 pessoas, afirmou não haver dúvidas de que o ex-presidente tinha pleno conhecimento sobre a existência da minuta. A acusação de tentativa de golpe de Estado segue sendo investigada pelo STF.
Em uma audiência na terça-feira (25), o advogado de Anderson Torres, Eumar Novacki, defendeu a tese de que a minuta era "apócrifa" e não tinha valor legal. Torres, que também é réu no processo, é acusado de envolvimento nos atos de 8 de janeiro, que resultaram em graves distúrbios em Brasília. Novacki ressaltou que a minuta não possuía fundamentos legais e pediu ao STF que tomasse decisões sem influências ideológicas.
DOCUMENTO E SUPOSTA CONSPIRAÇÃO CONTRA A POSSE DE LULA
A Polícia Federal (PF) encontrou o documento em casa de Anderson Torres, o que gerou uma onda de especulações sobre uma possível tentativa de golpe. O texto mencionado na minuta sugere a decretação de um Estado de Sítio e uma Operação de Garantia da Lei e da Ordem, como parte de um plano para impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e implementar um golpe após as eleições de 2022.
Durante a defesa, o advogado também afirmou que os eventos de 8 de janeiro representam uma "mancha na história do Brasil" e pediu ao STF que atue com imparcialidade nas decisões sobre o caso.
ANDERSON TORRES E OUTROS RÉUS NO PROCESSO
Junto a Bolsonaro, Anderson Torres e outras seis pessoas foram formalmente acusados e se tornaram réus na terça-feira (25), pela Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal.