As autoridades do estado de Borno, na Nigéria, anunciaram neste domingo (2), após dois dias sem combates, que o número de mortos em cinco dias de confrontos entre forças governamentais e integrantes da organização islâmica Boko Haram chega a 700. O coronel Ben Ahanotu, do Exército nigeriano, disse aos jornalistas que tinham sido recuperados 700 corpos apenas no estado de Borno, e que se prevê que as vítimas fatais podem ser mais de mil já que a violência se estendeu durante a semana por seis estados diferentes.
Este foi o primeiro número de baixas divulgado pelas autoridades nigerianas. Os serviços de saúde começaram a retirar os corpos das vítimas das ruas da cidade, e as autoridades anunciaram a redução das horas do toque de recolher noturno, imposto quando os combates começaram. Início do confronto A violência começou no domingo (26), com a prisão de seguidores da Boko Haram no Estado de Bauchi, sob suspeita de planejarem um ataque a uma delegacia.
Na noite de quarta-feira, membros da organização que fugiam da repressão queimaram uma delegacia em Maiduguri. A expressão "Boko Haram" significa "a educação ocidental é pecaminosa", no idioma hausá. Seus membros acreditam que suas esposas nunca devem ser vistas por outros homens, e que seus filhos só devem receber educação religiosa.
As posições radicais do Boko Haram não têm respaldo junto à maior parte da população islâmica da Nigéria, que é o país mais populoso da África. A violência no norte não tem nenhuma relação com os distúrbios na região petroleira do delta do Níger, no sul do país. O principal grupo rebelde do delta condenou os incidentes do norte.
O presidente do país Umaru Yar"Adua disse que as agências de inteligência há anos monitoram o grupo, às vezes apontado como o "Talibã nigeriano". Yar"Adua disse ter dado ordens para que as forças de segurança "os contenham de uma vez por todas".