Criminosos usam app gay para atrair homens para emboscadas em São Paulo

Os casos começaram a ser registrados em fevereiro deste ano onde as vítimas eram atraídas para região do Sacomã, na zona Sul de São Paulo

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Leonardo Rodrigues Nunes, de 24 anos, foi morto em emboscada em SP | Aly Song/Reuters/Arquivo Pessoal

Nos últimos cinco meses, pelo menos nove roubos e tentativas de assalto foram registrados nas proximidades do local onde Leonardo Rodrigues Nunes, de 24 anos, foi assassinado na região do Sacomã, Zona Sul de São Paulo. Leonardo havia ido ao local para encontrar um rapaz que conheceu no aplicativo Hornet. Em todos os nove casos, os jovens foram atraídos para a região após marcar encontros por meio de aplicativos de relacionamento voltados para o público gay.

ADOTAVAM A MESMA ESTRATÉGIA EM TODOS OS CASOS

De acordo com informações divulgadas pelo G1, oito pessoas foram roubadas ou sofreram tentativas de assalto na região. O modus operandi dos criminosos é semelhante em todos os casos: as vítimas conhecem o suspeito pelo Hornet ou Grindr, e após dias de conversa, um encontro é marcado na região do Sacomã. O suspeito se oferece para pagar um carro de aplicativo até o local e acompanha a localização da vítima em tempo real. Ao chegar, as vítimas são abordadas por dois homens em uma moto que anunciam o assalto, levando celulares e cartões.

Uma das vítimas relatou ao g1 que os bandidos chegaram a atirar contra ela, mas ela conseguiu escapar e pedir ajuda a uma moradora. Outra vítima contou que foi agredida pelos assaltantes. Os casos, além do ocorrido com Leonardo na Rua Rolando, também aconteceram nas ruas São Damásio, Pupo Nogueira, Amadeo Giannotti, Cosme de Souza, Izonzo e Japaratuba, em diversos endereços específicos.

 Leonardo Rodrigues Nunes, de 24 anos (Foto: Arquivo Pessoal)

POLÍCIA INICIA INVESTIGAÇÃO PARA PRENDER SUSPEITOS

Os roubos foram registrados nos últimos cinco meses, com um caso em fevereiro, quatro em março, um em abril e um em maio. Duas vítimas também relataram tentativas de assalto em março e maio. Em nota, a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo afirmou que todos os casos estão sob investigação no 95º Distrito Policial (Heliópolis), que instaurou um inquérito policial. A equipe da unidade trabalha para prender os suspeitos já identificados.

VEJA O QUE DIZ A SECRETARIA DA SEGURANÇA PÚBLICA

"O boletim de ocorrência mencionado na reportagem foi registrado como roubo em 3 de maio pela Delegacia Eletrônica. Segundo relato de um homem de 26 anos, ao desembarcar de um carro de aplicativo, foi abordado por dois assaltantes armados em uma motocicleta. Eles fugiram levando seu celular, exigindo a senha de acesso, além de uma mochila contendo outros objetos. As investigações ocorrem pelo 95º DP (Heliópolis). Quanto ao caso mencionado na região da Mooca, ainda não foi localizado com os dados disponíveis até o momento.

A Polícia Civil está à disposição das vítimas para registro de ocorrências e destaca o aumento das ações contra a violência direcionada à comunidade LGBTQIAPN+. Os crimes podem ser denunciados em qualquer delegacia do Estado e, desde agosto de 2021, também pela Delegacia da Diversidade Online, acessível por dispositivos eletrônicos. Em São Paulo, opera a Delegacia de Polícia de Repressão aos Crimes Raciais, contra a Diversidade Sexual e de Gênero e outros Delitos de Intolerância (Decradi) do DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa). A polícia também monitora e investiga os casos de golpes por aplicativo de relacionamento e ressalta a importância da denúncia em situações como estas."



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