A Polícia Federal (PF) prendeu cinco índios da etnia Tenharim suspeitos de envolvimento no desaparecimento de três homens no trecho da BR-230 (Transamazônica) que cruza a reserva indígena Tenharim-Marmelo, no Amazonas, em dezembro do ano passado. As prisões foram feitas na tarde de quinta-feira, dentro da reserva indígena, que fica a cerca de 150 quilômetros do município de Humaitá.
Os presos, segundo informações repassadas pelo advogado das famílias dos desaparecidos, são os índios Gilso Tenharim e Gilvan Tenharim, filhos do cacique Ivan Tenharim, que morreu no dia 3 de dezembro em um acidente de moto, além do cacique da Aldeia Taboca, Domiceno Tenharim, e Simeão Tenharim, que atua como agente de saúde na Aldeia Marmelo.
A prisão aconteceu após um cerco feito pelas equipes da PF na região, que tiveram que interditar o acesso de entrada e saída da reserva indígena pela BR Transamazônica. Os índios foram levados de helicóptero para a Superintendência da Polícia Federal em Porto Velho, capital de Rondônia.
Histórico
A morte do cacique Tenharim desencadeou uma revolta nos índios que, segundo as hipóteses investigadas pela polícia, teria gerado uma revolta étnica, culminando com o desaparecimento do carro onde estavam Luciano Freire, Aldeney Salvador e Stef Pinheiro, no dia 16 de dezembro de 2013, no trecho da BR-230 dentro da reserva Tenharim-Marmelo.
Esse desaparecimento desencadeou mais revolta. Familiares e amigos dos três desaparecidos se reuniram e fizeram uma devassa na cidade de Humaitá e na reserva indígena. Prédios e veículos da Fundação Nacional do Índio (Funai) foram incendiados. O posto de pedágio dos índios na Transamazônica também foi destruído, obrigado o deslocamento de tropas federais para o município amazonense.
No início de janeiro, o carro onde os desaparecidos estava foi encontrado escondido na floresta, mas até hoje nenhuma das vítimas foi localizada.