A Justiça britânica condenou à prisão um casal que administrou metadona, um opioide com efeito semelhante ao da heroína, ao seu bebê por cerca de seis meses.
Bonny Richards, 28, e seu parceiro, John Davies, 32, aplicavam a droga na criança para acalmá-la, segundo mostraram exames hospitalares feitos após o falecimento da menina por uma forma rara e letal de catapora.
Holly Agius morreu aos 14 meses em um hospital de Broadwell, no condado de Gloucestershire, no sudoeste da Inglaterra, em janeiro do ano passado.
Segundo o promotor, Richard Smith, o casal não tinha intenção de "fazer mal ou machucar" Holly.
Mas, sustentou, a administração da droga foi "uma tentativa arriscada e equivocada de tranquilizá-la ou acalmá-la quando ela estava irrequieta, irritada ou aparentemente doente".
Smith disse que o casal, que é viciado em heroína, esfregou metadona na gengiva do bebê para reduzir o sofrimento de Holly durante o crescimento de sua dentição.
Poucos dias antes de morrer, quando as dores pela catapora davam mostras de piorar, o casal injetou mais substância para acalmá-la, afirmou o promotor.
Holly foi admitida no hospital já sem vida no dia 12 de janeiro de 2009. Entretanto, exames posteriores mostraram que ela não morreu pela administração da droga, e sim por uma pneumonia causada por uma forma poderosa e letal de catapora.
Segundo a polícia, Bonny e John negaram, ao longo de toda a investigação, ter conhecimento de como a metadona entrou no sistema da criança.
Ambos foram condenados a 15 meses de prisão por crueldade com a menina.
"Como usuários de heroína em recuperação, vocês deveriam saber dos potenciais perigos da metadona", afirmou o juiz, ao ditar a sentença.
"Vocês fecharam os olhos para os possíveis efeitos negativos de administrar metadona. Foi uma extrema falta de cuidado."