Professores da Universidade Federal do Piauí (UFPI) iniciam greve por tempo indeterminado na próxima segunda-feira (03) em protesto contra o congelamento salarial e a falta de recomposição inflacionária, segundo a Associação dos Docentes da UFPI (Adufpi). A decisão foi tomada após assembleia geral simultânea, ocorrida nesta terça-feira (28), com o apoio de ampla maioria de votos dos docentes de Teresina e das Regionais de Bom Jesus, Picos e Floriano.
APROVAÇÃO DE GREVE
Na reunião, foi aprovado o comando de greve na UFPI e os nomes de uma delegada e três suplentes para compor o Comando Nacional de Greve, sendo eles: Professora Escolástica Santos (delegada), e os suplentes Professora Marli Clementino, Professor Geraldo Carvalho e Professor Waldílio Siso.
REIVINDICAÇÕES DOS DOCENTES
As reivindicações dos docentes envolvem questões salariais, demandas por melhores condições de trabalho, infraestrutura, políticas institucionais mais inclusivas, contrarreformas educacionais, desmonte dos serviços públicos e pautas locais. A mobilização nacional já teve apoio de diversas instituições federais, entre elas o Instituto Federal do Piauí (IFPI), cujos professores e servidores técnico-administrativos estão em greve desde abril.
SEM ACORDO
No dia 15 de maio, o governo federal apresentou proposta para recomposição salarial dos docentes que foi rejeitada pela categoria. Segundo a ADUFPI, para este ano, o índice permanece zero. Nessa segunda-feira (27), durante uma reunião com representantes do Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI), do Sindicato Nacional de Docentes das Instituições de Ensino Superior (ANDES), e do Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação Básica, Profissional e Tecnológica (Sinasefe), o governo afirmou não haver margem para negociação ou reajuste em 2024.
SEM REAJUSTE
Na ocasião, representantes do MGI disseram que o governo assinaria um acordo com uma federação de professores mesmo sem o apoio da maioria em greve. Isso gerou indignação entre os grevistas, que criticaram a postura autoritária do governo e a falta de representação adequada.
“Feijóo está rasgando a história de defesa da democracia que o movimento sindical, em anos de ouro, pode ter em nosso país. [...] Está dando um tiro no pé. E ele disse com todas as palavras "darei esse tiro no pé", legitimando essa farsa”, relatou Gustavo Seferian, presidente do ANDES-SN ao final da reunião. “Nós não nos calaremos, seguiremos lutando. A greve segue forte!", acrescentou.
PROPOSTA EXCLUDENTE
Segundo o ANDES-SN além de não recompor as perdas salariais de mais de 90% das e dos docentes, "a proposta aprofunda a desestruturação da carreira, exclui aposentados e aposentadas, não traz qualquer recomposição do orçamento das universidades federais, institutos federais e cefets e também não prevê a revogação das medidas implementadas durante o governo de Jair Bolsonaro."
NOVA REUNIÃO PRÓXIMA SEMANA
Apesar disso, a mobilização dos grevistas resultou no compromisso do governo de realizar outra reunião no dia 3 de junho, às 14 horas, para responder às contrapropostas protocoladas nessa segunda (27) pelos Comandos Nacionais de Greve.