A designer de unhas Luma Almeida, vive momentos de angústia por causa da discriminação sofrida dentro da escola onde sua filha, a pequena Luna, de apenas 4 anos, estuda. Luna tem o diagnóstico de Transtorno do Espectro Autista (TEA), mas em vez de acolhimento, encontrou preconceito no Centro Municipal de Educação Infantil (CMEI), na zona sudeste de Teresina, onde passou apenas um mês.
Luma relatou que sua filha começou a estudar em escola pública neste ano, após uma boa experiência na rede particular. “Mudei porque diziam que a escola da prefeitura era melhor, que teria apoio”, disse. Mas não foi isso que encontrou.
AGRESSÕES
De acordo com a jovem, nos primeiros meses em um CMEI, sua filha voltava frequentemente machucada das aulas. “Chegava mordida, [as crianças] arrancaram um tampo do braço dela. E da última vez eu presenciei. Qual mãe quer ver isso com um filho?’, questionou no desabafo publicado em seu perfil nas redes sociais.
MUDANÇA
A situação fez com que Luma buscasse outro colégio para a filha, também da rede municipal, mas desta vez, de acordo com ela, a situação foi pior: a falta de acolhimento partiu da própria diretora da escola.
“Ela ficou um mês, foi suficiente para a professora dizer que minha filha não sabia sentar, que minha filha é inquieta, não sabia parar, que era isso, era aquilo. Todo dia que ia buscar ela era uma reclamação diferente. Terceira vez que a diretora me chamou, ela disse que não tinha como receber a Luna na escola. Eu perguntei se isso era só para ela ou para a turma toda. Ela gravou quatro áudios que foram suficientes para acabar com o psicológico de qualquer mãe, os quatro áudios que nunca quis escutar”, disse.
DENÚNCIA REGISTRADA
Em entrevista ao Portal Meio, Luma disse que registrou Boletim de Ocorrência no 8º Distrito Policial, no último sábado (1º) e formalizou a denúncia à Secretaria Municipal de Educação (SEMEC) na segunda-feira (3), quando falou com a assistente social, que sugeriu uma intermediação para resolver o problema. Desde o último incidente, Luma deixou de levar a filha ao colégio.
OUTRAS MANIFESTAÇÕES“Eu pedi para a assistente social outra escola, porque eu não queria mais deixar ela lá. Isso me machucou muito, mexeu com o meu psicológico. Não foi só uma vez. Os únicos dias que eu não escutei nada sobre ela, foram os três primeiros dias que ela começou a estudar lá”, lamentou.
Depois de expor o problema nas redes sociais, Luma relatou que várias mães de alunos do CMEI onde Luna estuda vivenciaram o mesmo problema. "Várias mães me falaram que está acontecendo com elas, na mesma escola. Mãe que disse que tem filho que está com duas semanas sem ir para a creche pois o apoio está doente. Mas o que tem de gente trabalhando e isso acontecer só com os autistas, é um absurdo”, completou.
O OUTRO LADO
O portal Meio News procurou a Secretaria Municipal de Educação (SEMEC) para se posicionar sobre o caso. Em resposta, a assessoria da secretaria disse que, nesta quarta-feira (5), uma equipe irá até o Cmei para entender o motivo do tratamento à criança. Veja abaixo a nota na íntegra.Nesta quarta-feira, uma equipe da Gerência de Educação Inclusiva da Semec irá até o Cmei Cintia Medeiros para entender o porquê do tratamento à criança, considerando que a Semec já enviou auxiliares. Os auxiliares são para atendimento e acompanhamento às crianças e jovens com algum tipo de deficiência. Não temos registro de que o Cmei estava enfrentando dificuldades no atendimento. Contudo, a secretaria vai ouvir a direção do centro infantil para buscar uma solução imediata.