A Justiça do Piauí converteu em prisão preventiva a detenção de Pedro Rocha Pereira e Farias, de 23 anos, acusado de tirar a vida da ex-companheira, Gisele Maria Pinheiro Pereira, de 33 anos. O crime chocante ocorreu na tarde de sábado (5), no interior de um apartamento localizado no residencial Tancredo Neves, zona sudeste de Teresina.
A decisão foi proferida pelo juiz Sandro Francisco Rodrigues, da Vara do Núcleo de Plantão de Teresina, durante audiência de custódia realizada na manhã de domingo (6), e levou em consideração a gravidade dos fatos e o risco de que o acusado volte a praticar crimes semelhantes.
A CONFISSÃO
Na audiência, o próprio Pedro Rocha confessou ter assassinado Gisele com aproximadamente 10 golpes de canivete. Ele relatou que, ao acessar o celular da vítima, teria ficado incomodado com mensagens e fotos que indicariam uma “vida de festa”. Movido por ciúmes e fúria, teria arquitetado o reencontro com a ex-companheira, alegando que precisava buscar um chinelo no imóvel.
“O próprio custodiado confirma ter praticado o fato contra a vítima, salientando ter praticado após olhar o celular da vítima e descoberto que ela estaria em uma vida de festa. Narrou ter ido ao trabalho chateado, após ter visto as mensagens e, por volta das 11h, mandou mensagem à vítima para marcarem um encontro no apartamento dela, alegando que precisava pegar um chinelo. Que às 13h, a vítima abriu a porta para o declarante entrar no imóvel. Antes de ir embora, foi até o quarto em que a vítima estava, tendo início uma briga. Que durante a briga, sacou o canivete que estava no bolso e desferiu vários golpes na vítima, causando em torno de 10 perfurações”, relata o trecho da decisão judicial.
PREMEDITAÇÃO E ALTO GRAU DE VIOLÊNCIA
Para o magistrado, a maneira como o crime foi cometido indica que não se tratou de um ato impulsivo, mas de uma ação planejada. “Há indícios de que o agente preparou o fato para lograr êxito no intento delituoso, marcando novo encontro com a vítima, na parte da tarde. Conforme relatos do próprio agente, [ele] foi a esse novo encontro na parte da tarde portando arma, sendo indicativo de que já havia planejado a vingança, executando-a com extrema violência, demonstrando a suposta intensidade do dolo de matar aplicando diversos golpes”, escreveu o juiz.
Ainda segundo Sandro Francisco, a prisão preventiva é imprescindível à preservação da ordem pública, diante da periculosidade evidenciada pela brutalidade do crime. Ele apontou que “o risco de reiteração delituosa é evidenciado pela gravidade do fato concreto, o que evidencia a periculosidade do agente”.
O CRIME
Gisele foi assassinada dentro de casa, no Bloco 2 da Quadra 2 do Residencial Tancredo Neves, onde havia se mudado recentemente. A vítima foi encontrada com ferimentos profundos no pescoço, provocados por um canivete. Após o crime, o acusado foi preso em flagrante pelas autoridades.