O curso de formação para “Obtenção e extração de tecido ocular humano para transplante” contou com a presença de profissionais da área médica. O momento contou com importantes abordagens sobre os aspectos legislativos da captação e transplante, os critérios de seleção e exclusão, assim como a abordagem familiar dos potenciais doadores. O intuito foi promover a conscientização da importância da doação de órgãos, em especial as córneas, e ressaltar as fundamentais parcerias que somam a esta ação.
Na abertura do evento, a Dra. Raquel Vilar agradeceu a todos que contribuem com essa causa. “É uma alegria este compartilhamento por meio desse curso. Buscamos, sem dúvida, zerar a fila de transplantes assim como outros estados já fizeram. Começamos esse sonho e com a ajuda de todos esses parceiros certamente vamos alcançar esse objetivo. Os hospitais — particular, municipal e estadual — são fundamentais nesse processo”, afirma. O Dr. Francisco Vilar também marcou presença e ressaltou que a doação de córneas beneficia muitas pessoas. Por isso, é imprescindível “que todos os hospitais nos ajudem a captar essas córneas para poderem ter destinos mais eficientes”, observa.
A Dra. Lourdes Veras, Coordenadora da Central de Transplantes do Piauí, abordou os aspectos relacionados à legislação em captação e transplante de córnea. Ela pontua que a legislação é extremamente importante porque mostra a transparência para toda a sociedade. “Além disso, evidencia a segurança de que a doação está sendo feita dentro das determinações da lei. Doar os órgãos é um direito que toda família brasileira pode manifestar, por isso a importância dessa sociedade participar na assistência de quem está na fila de espera. Momentos como esse são importantes para conscientizar a população”.
O médico oftalmologista Mateus Martins Cortez Vilar aponta quatro fatores importantes que devem ser levados em consideração na hora da doação das córneas: a idade (não pode ser abaixo de dez anos e nem acima de 70), o tempo de falecimento (a retirada da córnea precisa ocorrer em até seis após a morte), a causa da morte (o corpo clínico precisa avaliar os casos de inclusão e exclusão) e a presença de um parente de primeiro ou segundo grau no momento da retirada. “Esse processo todo começa com o paciente doador se mostrar disposto a doar. Quando o paciente expressa em vida esse desejo a família aceita muito melhor essa abordagem da equipe de transplante. Mas, mesmo que não fale em vida, sua família é abordada e isso ajuda bastante a reduzir a fila de espera. Trabalhando a conscientização da população para doação a recusa vai ser muito menor”, destaca.
Em diálogo com isso, Gilson Cantuário, coordenador de Enfermagem da OPO do HGV (Organização Procura Órgãos), pontua que abordagem às famílias precisa ser cuidadosa e humanizada desde o primeiro momento de interação. Ele ressalta, ainda, que algumas vezes a morte pode ocorrer de maneira repentina, como em acidentes, por isso a necessidade de atenção em todos os casos. “Essa abordagem junto à família precisa ser da melhor forma possível no sentido de, naquele momento, levar duas coisas básicas: ajuda à família e o direito da doação de órgãos. E vamos possibilitar esse direito através da família tanto agora com a parceria com o Vilar e com a continuação dessa ação com o estado”, endossa.
A iniciativa para conscientização da doação de órgãos também conta com a parceria do SUS, Lions Clube Teresina, SESC, Vilar Hospital de Olhos, Central de Transplantes do Piauí, Hospital Getúlio Vargas, OPO do HGV (Organização Procura Órgãos), IML de Timon, assim como do Hospital e UPA do Promorar, Hospital da Criança do Parque Piauí, Hospital do Monte Castelo, Hospital do Dirceu, UPA do Renascença, Hospital e UPA do Satélite, Hospital da Santa Maria da Codipe, Hospital da Primavera, Hospital do Matadouro e Hospital Bueno Aires.