Criminosos usavam “personagens” e pessoas em situação de vulnerabilidade em esquema de fraude

De acordo com o delegado, os criminosos usavam dados de pessoas com bom histórico financeiro para criar identidades falsas.

Operação conjunta entre as polícias do Piauí e do Maranhão. | Policia Civil Operação conjunta entre as polícias do Piauí e do Maranhão. | Foto: Policia Civil
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O diretor de Inteligência da Secretária de Segurança Pública (SSP), delegado Anchieta Nery, explicou em coletiva de imprensa na manhã desta sexta-feira (4), como funcionava esquema de fraude bancária que movimentou cerca de R$ 12 milhões. De acordo com o delegado, os criminosos usavam dados de pessoas com bom histórico financeiro para criar identidades falsas. 

"LARANJAS" E PESSOAS EM SITUAÇÃO DE VULNERABILIDADE SOCIAL

A autoridade relatou que eles escolhiam um "laranja", uma pessoa que tem crédito no sistema financeiro e disposta a participar do golpe. Com isto, eles pegavam os dados dessa pessoa, como CPF e nome, e os usam para criar um documento falso com a foto de outro indivíduo. 

“Pessoas em vulnerabilidade social, pessoas de rua, pessoas viciadas em drogas, para poder colocar suas contas em documento e aí tirar empréstimos para o banco de instituição financeira. [...] Eu pego os dados desse cidadão lá, monto um documento com o rosto dessa pessoa de rua que eu recrutei, não é o rosto daquela pessoa que realmente tá ali do meu lado e vai receber uma comissão para participar do golpe com os dados de um cidadão vítima, então tá montado um personagem. Uma vez que monto o personagem, eu vou fraudar o banco”

RECONHECIMENTO FACIAL

Eles realizavam a abertura de contas bancárias digitais em nome das vítimas, geralmente beneficiárias de programas previdenciários, utilizando reconhecimento facial com a participação dos "laranjas". Após a aprovação dos empréstimos, os valores eram transferidos para contas de intermediários e, posteriormente, para os líderes do esquema.

“Esse personagem, além de fornecer a foto a fotografia do RG falso, ele também fornecia a imagem para o reconhecimento facial, para autenticação de abertura de contas digitais e para a contratação de empréstimos consignados de forma online. Uma brecha que eles encontrarem em alguns sistemas bancários, não todos, e eles conseguiam fazer essas contratações e abertura de conta utilizando pessoas reais, mas com os dados falso da vítima”, afirmou o delegado Abimael Silva.

19 PESSOAS PRESAS

A operação conjunta entre as polícias do Piauí e do Maranhão resultou na prisão de 19 pessoas e na realização de 31 mandados de busca e apreensão em Parnaíba e Luís Correia, Litoral do Piauí, além da prisão de um dos líderes de uma das cúpulas em Imperatriz (MA). Ele viajava pelo Brasil ensinando a aplicar os golpes. 

A Polícia Civil continua as investigações para identificar todos os envolvidos e recuperar os valores desviados.

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