Exclusivo Além de reajuste, entregadores por app cobram pontos de apoio em Teresina: “Não temos conforto”

Desde segunda-feira (31), milhares de entregadores por aplicativo protestam em diversas cidades do Brasil, exigindo melhores condições de trabalho e uma remuneração mais justa.

Presidente da associação dos entregadores, Pedro Victor | Foto: Rede Meio/Paulo Pinto - Agencia Brasil
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Desde segunda-feira (31), milhares de entregadores por aplicativo protestam em diversas cidades do Brasil, exigindo melhores condições de trabalho e uma remuneração mais justa. Atualmente, o iFood paga R$ 6,50 por entrega, valor que os trabalhadores consideram insuficiente. Em Teresina (PI), a categoria também reivindica a criação de pontos de apoio, segundo explicou o presidente da associação, Pedro Victor, em entrevista ao PodMeio.

Assista!

Durante a entrevista com o apresentador Helder Felipe, o presidente da associação dos entregadores também defendeu os motoristas e motociclistas de aplicativos. Ele ressaltou que muitos trabalhadores, sem um local adequado para descanso, acabam se abrigando em praças e calçadas, ficando vulneráveis à criminalidade. Por isso, a categoria reivindica a criação de pontos de apoio por parte do poder público.

Hoje, os trabalhadores de aplicativo, quando a gente se reúne, se reúne em praças, sai em calçadas, em posto de gasolina, quando o gerente deixa que a gente fique ali, porque tem outros que não. É botou a gasolina e caiu fora [...]  é na sombra de uma árvore, não temos o mínimo de conforto [...] em Sorocaba (SP), o prefeito não precisou entrar no app, ele foi lá e fez, espalhou contêineres em regiões estratégicas em toda a cidade, colocou tudo aparelhado, um modelo a ser seguido. Em outras capitais do Nordeste, existem também pontos de apoio para os trabalhadores de app. Aqui no Nordeste, a única capital que não tem apoio é Teresina, desabafou Pedro Victor.

Entrevista ao Podmeio | FOTO: Rede Meio

PONTOS DE APOIOS EM TERESINA

Na gestão municipal anterior, conforme o presidente da categoria, a prefeitura ainda tentou montar nos terminais de integração, mas com a estrutura deteriorada. “Estavam cheios de matos, lixo, era esconderijo de bandidos, mendigos,  moradores de rua, como que a gente ia ficar num local daquele, não tinha condição”, disse. 

"O QUE VOCÊ COMPRA HOJE COM 0,50?"

Em nota nesta segunda-feira (31), o Ifood afirmou que colabora com a manifestação. Citou ainda o reajuste da taxa mínima de entrega, que subiu de R$ 5,31 para R$ 6,50 entre 2022 e 2023, além do aumento de 50% no valor pago por quilômetro rodado, que passou de R$ 1,00 para R$ 1,50. 

Protesto de entregadores por App | FOTO: Paulo Pinto/Agencia Brasil

Pedro Victor questiona e, em nome da categoria, pede que a taxa de entrega suba para R$ 10,00, tanto no Ifood, quanto em outras plataformas de delivery. O questionamento reflete acerca dos danos materiais sofridos pelos trabalhadores e que, às vezes, precisa rodar o dia todo para conseguir um valor pequeno

Para aqueles que não tem uma despesa, uma responsabilidade o lar, que não tem conta para pagar, que mora ali na casa da mãe, para essas pessoas [...] da para sobreviver tranquilo. Agora, para quem já tem uma responsabilidade com a família, sobrevive com um app, meu amigo é uma guerra. 

Confira a lista de reivindicações dos entregadores:

  • Definição de taxa mínima de R$ 10 por corrida;
  • Aumento no valor do km rodado de R$ 1,50 para R$ 2,50;
  • Limitação de 3 km para entregas feitas por bicicletas;
  • Garantia de pagamento integral dos pedidos, mesmo em entregas agrupadas na mesma rota.
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