Atendendo a uma preocupação global sobre a questão do meio ambiente, o presidente da Associação Brasileira de Resíduos Sólidos e Meio Ambiente (ABREMA), Pedro Maranhão, esteve em Teresina para se reunir gestores e instituições para discutir soluções para o fim das atividades dos lixões no estado. Ele também concedeu uma entrevista ao Portal MeioNews, explicando suas propostas.
Atualmente, no Piauí existem 172 lixões ativos, segundo o presidente. Para ele, Teresina precisa se adequar quanto ao descarte de seu lixo em locais a céu aberto, e a implementação de aterros sanitários ambientalmente corretos seria um avanço essencial na causa ambiental.
“O que estamos discutindo aqui é o uso da estrutura existente. Aqui há quatro aterros ambientalmente corretos. Não faz sentido Teresina ainda ter resíduos em lixões. É a única capital do Brasil que tem um lixão na cidade,” afirmou.
CATADORES NÃO FICARÃO SEM FONTE DE RENDA
Pedro Maranhão propõe ainda soluções para os catadores que frequentam os lixões e tiram sua renda da atividade. Ele orienta que esses grupos sejam remanejados para a separação de material reciclável em galpões, poupando essa população de ficar exposta a doenças causadas pela contaminação.
“Os lixões que têm catadores estão envolvidos no projeto junto com o governo do estado, a prefeitura, o governo federal e as entidades, para criar galpões para a separação de resíduos e implantar a coleta seletiva. Isso é fundamental, porque nossa legislação permite que os catadores trabalhem nos lixões sem qualquer proteção. Mas, ao sair, eles só podem manusear resíduos originados da coleta seletiva. Portanto, é necessário implantar a coleta seletiva, trazer os resíduos para um galpão de separação e assim garantir que os catadores continuem tendo matéria-prima para seu sustento,” explicou.
BENEFÍCIOS DOS ATERROS PARA A CAPITAL
Além da diminuição das doenças causadas pela contaminação dos lixões, a implementação de aterros para a capital vai reduzir a emissão de gases que causam o efeito estufa.
“Teresina está tendo um grande prejuízo na saúde, que é imensurável e difícil de contabilizar. Os lixões causam muitas doenças, então a prefeitura acaba gastando mais dinheiro com a saúde sem saber que a origem é o lixão. Com as novas tecnologias, o resíduo ambientalmente armazenado pode ser aproveitado de várias maneiras: como CDR, que é um combustível derivado de resíduos usado em cimenteiras; biogás para gerar energia elétrica; biometano, que pode ser transformado em GLP (gás de cozinha), gás combustível para carros e gás para a indústria,” explicou.