As vacinas de RNA mensageiro (RNAm), que revolucionaram a resposta à Covid-19, estão agora abrindo uma nova fronteira contra o câncer. Especialistas preveem que a primeira dose terapêutica para tumores possa ser aprovada ainda nesta década. "Nós, em Bio-Manguinhos, na Fiocruz, retomamos os estudos para vacinas antitumorais, inicialmente focados no câncer de mama", afirma Patrícia Neves, líder científica do Projeto RNA de Bio-Manguinhos.
VACINA CONTRA CÂNCER DE PELE
Globalmente, a vacina mais avançada contra o câncer de pele melanoma, desenvolvida pela Moderna em parceria com a MSD, está na última fase dos testes clínicos. A dose mostrou uma redução de 49% no risco de morte ou recorrência, e de 62% no risco de metástase. Além disso, a Moderna está finalizando estudos para vacinas contra o câncer de pulmão de células não pequenas e câncer de bexiga, mostrando o potencial abrangente da tecnologia RNAm.
"A plataforma de RNAm permite o desenvolvimento de um amplo espectro de vacinas, desde doenças infecciosas até oncologia", explica Michelle Brown, vice-presidente da Moderna. No Brasil, a Fiocruz, escolhida pela OMS para impulsionar a plataforma RNAm, está desenvolvendo uma vacina contra o câncer de mama triplo negativo. "Nosso projeto visa identificar proteínas universais para uma vacina que possa ser usada em diferentes pacientes", destaca Neves.
REDUÇÃO DA MORTALIDADE DO CÂNCER
Especialistas como Bruno Filardi e João Viola ressaltam o imenso potencial dessas vacinas para reduzir a mortalidade do câncer. Contudo, advertem que a acessibilidade será um desafio. "Precisamos garantir que essas novas terapias sejam acessíveis a todos, especialmente em países como o Brasil", aponta Viola. A tecnologia RNAm promete revolucionar a oncologia, oferecendo esperança de tratamentos mais eficazes e personalizados.
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