Luz UV-C ajuda a combater o coronavírus e já está no Brasil

Vale ressaltar que o uso indiscriminado desses raios podem fazer mal à pele humana

Luz UV-C | Divulgação/USP
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Luzes UV-C podem ser agentes importantes no combate ao novo coronavírus. Apesar de estar longe de ser uma solução milagrosa, o uso desse tipo de raios ultravioleta promete diminuir as chances de contágio pelo vírus, evitando mais casos de Covid-19. Alguns produtos do tipo já aparecem no mercado, como as lâmpadas UV-C da Signify, que prometem agir em maior escala, como em escolas e hospitais, e o SafeCode, uma pistola utilizada para esterilizar pacotes.

Divulgação/USP

Vale ressaltar que o uso indiscriminado desses raios podem fazer mal à pele humana, entre outros danos à saúde. Confira a seguir como funciona a tecnologia e saiba se ela funciona mesmo para eliminar o coronavírus Sars-CoV-2 das superfícies.

Como funciona a tecnologia?

A radiação ultravioleta é uma forma de radiação eletromagnética, como a luz visível ou os raios-x. Ela é dividia em raios UV-A, UV-B e UV-C, sendo esse último mais agressivo para a vida. Com maior energia, essa forma de luz tem efeitos devastadores sobre microrganismos como bactérias e vírus. No caso do novo coronavírus, os raios ultravioleta agem dissociando moléculas e as informações genéticas do vírus, em uma ação que elimina a capacidade de infectar seres humanos.

Produtos como o SafeCode são capazes de emitir essa luz, matando o vírus na superfície atingida. A solução deve ser aplicada de acordo com as instruções de cada fabricante, e seu uso deve seguir as devidas normas de segurança. Isso porque a radiação não é agressiva apenas aos microrganismos: a exposição excessiva da pele a esse tipo de luz pode provocar câncer de pele.

É mesmo eficaz para eliminar o coronavírus?

O UV-C é um tipo de raio que "carrega" mais energia, e provoca danos nas ligações químicas entre compostos que formam as estruturas presentes no interior das células. No caso do Sars-CoV-2, essa radiação é capaz de destruir o material genético, além de outras estruturas que compõe o vírus. Sem essas informações, o novo coronavírus fica incapaz de se reproduzir, perdendo a capacidade de se fixar no organismo.

Divulgação/Bizsys 

Pode ser usado numa pessoa?

O ultravioleta é agressivo a qualquer célula viva, e isso não exclui as células que formam a pele. Uma exposição sem filtros e cuidados ao UV-C pode gerar queimaduras na pele e danos graves à saúde, sobretudo aos olhos. A Signify, por exemplo, recomenda o uso de suas lâmpadas em cômodos vazios. Em empresas, escolas e hospitais, luzes desse tipo podem ser acionadas em horários de menor circulação para eliminar os microrganismos presentes nas superfícies do ambiente.

Outra observação importante é que a exposição a raios UV-C pode não ser muito eficaz em tecidos. Estudos da Universidade de São Paulo apontam que a luz pode não alcançar os vírus e bactérias nesses materiais, já que os mesmos acabam ficando entre as fibras do tecido.

Algumas empresas têm, no entanto, aproveitado a crise da pandemia para prometer produtos que seriam capazes de matar o vírus na pele com raios UV-C. A Illuminating Engineering Society, grupo centenário que reúne profissionais e empresas da área de tecnologia de relacionada à luz e diversos tipos de radiação, alerta que esses dispositivos não têm eficácia no combate ao vírus. Além disso, podem representar um risco à saúde das pessoas.

Onde a tecnologia deve ser utilizada?

A principal contribuição do UV-C está na esterilização de superfícies, como o chão, uma mesa ou até mesmo um pacote. Em hospitais, é possível usar rodos e outros dispositivos para processos de limpeza que eliminam o coronavírus, além de outros microrganismos, do chão, paredes, mesas e outras superfícies.

Outra possibilidade é a de aumentar a segurança de produtos e alimentos, caso da proposta do SafeCode, pensado para ser usado por restaurantes e lojas que oferecem serviços de delivery ou empresas de logística. A pistola, desenvolvida pela brasileira Bizsys, promete ler códigos de barras ao mesmo tempo em que garante a esterilização do pacote, evitando a contaminação das próximas pessoas com acesso ao produto.

Já está disponível no Brasil? Onde comprar os produtos?

O acessório da Bizsys já pode ser encomendado no Brasil. A fabricante recomenda que os interessados entrem em contato por meio do site oficial para realizar a compra do equipamento. Já a Signify informa que está trabalhando para levar a tecnologia de suas lâmpadas para o mercado, uma vez que tem uma atuação de maior escala.

Equipamentos de limpeza, por sua vez, como rodos para esterilizar o chão, entre outros, são particularmente interessantes para hospitais. No Brasil, a USP está produzindo equipamentos com a tecnologia, que é cedido a unidades de saúde do estado de São Paulo.

MAIS TECNOLOGIAS USADAS NO COMBATE À PANDEMIA 

Temperatura do corpo via biometria

O mPass Fever, da Montreal, é uma solução engenhosa que combina biometria com leitura de temperatura. A ideia é que o sensor seja usado para servir como forma de validação em empresas por meio de reconhecimento facial ao mesmo tempo que lê a temperatura do funcionário, emitindo alerta caso o mesmo se encontre em estado febril.

Respiradores em universidades

Há uma grande preocupação em torno da necessidade de abastecer hospitais com mais respiradores, um tipo de aparelho médico que é capaz de auxiliar pacientes com casos graves de Covid-19 a respirar. Diversas universidades do Brasil e do exterior, como UFRJ, MIT e UFPB, têm encontrado grande sucesso em criar versões mais baratas do instrumento, usando até mesmo o Raspberry Pi como unidade de controle do equipamento.

Robô cachorro da Boston Dynamics

O Spot, robô da Boston Dynamics que lembra um cachorro, está sendo usado para agilizar a triagem de casos suspeitos de coronavírus em um hospital de Boston. Lá, o robô ganhou uma tela e câmera para permitir que possíveis infectados entrem em contato com médicos e profissionais da saúde à distância. A medida tem como objetivo diminuir o contato dos profissionais com o vírus, reduzindo os riscos de contaminação. Recentemente, o modelo também começou a ser utilizado em parques públicos na Singapura para avisar às pessoas que é necessário manter uma distância segura, entre outros avisos.

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