Google quer usar celulares em rede mundial contra terremotos

Sistema usa sensor do smartphone para detectar abalos sísmicos e usuários sobre situações emergenciais

Google | Divulgação/ Google
Siga-nos no Seguir MeioNews no Google News

O Google anunciou a criação da “maior rede de detecção de terremotos do mundo”. A partir desta segunda-feira (11), qualquer pessoa que possuir um celular com Android 5.0 ou posterior poderá participar Android Earthquake Alerts System e colaborar com a detecção de ondas sísmicas. A proposta é utilizar o acelerômetro de cada smartphone como um pequeno sismômetro. Assim, será possível alertar as pessoas sobre situações emergenciais. A notícia está no site Tech Tudo.

Atualmente, são utilizados sistemas de sismômetros para realizar esse tipo de alerta, porém os equipamentos costumam ser caros e difíceis de instalar.

Uma pesquisa no Google fornecerá informações rápidas sobre a localidade de terremotos — Foto: Divulgação/ Google 

O Google identificou na enorme rede de celulares Android a possibilidade de avisar sobre os terremotos segundos antes de acontecerem. Um alerta precoce permitirá que as pessoas se abriguem em locais seguros e que vidas sejam salvas.

Todos os smartphones atuais contam com o sensor batizado de acelerômetro, capaz de detectar os movimentos do aparelho. Ao identificar um tremor semelhante ao de um terremoto, o Earthquake Alerts System enviará um sinal ao servidor de detecção de terremotos do Google, juntamente com a localização aproximada do aparelho. Ao comparar os dados obtidos com outros celulares presentes na mesma área, então será possível verificar a existência ou não de um terremoto no local.

“Cada telefone é capaz de detectar que algo como um terremoto está acontecendo, mas você precisa de um conjunto de telefones para saber com certeza que é um terremoto acontecendo”, explicou Marc Stogaitis, principal engenheiro de software da Google. Isso significa que, se um smartphone detectar erroneamente um movimento sísmico, o sistema de algoritmos poderá identificá-lo como um alerta falso.

O Google afirmou que o sistema ainda será capaz de localizar o epicentro do tremor e determinar a intensidade do terremoto. A limitação da proposta está no fato de que usuários mais próximos ao tremor poderão produzir dados sobre o fenômeno, mas dificilmente receberão um alerta a tempo de se protegerem, já que não possível prever um terremoto com antecedência.

A detecção de movimentos funciona de maneira a preservar a vida útil da bateria e os alertas poderão ser desativados a qualquer momento pelo usuário. Outro ponto é que o Google não precisará utilizar os dados exatos de localização do aparelho e as informações coletadas serão anonimizadas para preservar a identidade do usuário.

A implantação do serviço terá início imediato na Califórnia, nos Estados Unidos. O estado conta atualmente com o sistema ShakeAlert, que fornece dados coletados pelos mais de 700 sismômetros. No caso, o Google atuará no envio das informações a todos os celulares Android.

Quanto ao resto do mundo, o primeiro passo será utilizar os dados coletados para o compartilhamento rápido e preciso de informações sobre o terremoto. Ao buscar “terremoto” ou “terremoto perto de mim” na pesquisa, o usuário poderá obter detalhes do acidente. A ideia é que quando a pessoa sentir um tremor, ela possa confirmar na plataforma se, de fato, se tratou de um tremor ou não.

Na sequência, o Google espera obter mais confiança na precisão de seu sistema e ajustar possíveis falhas para implantar globalmente o Earthquake Alerts System. Com isso, o acelerômetro dos smartphones substituirá a necessidade de avançados sistemas de sismômetros - como ocorre na Califórnia. Ainda assim, em regiões que já contam com uma rede de detecção de terremotos, a preferência do Google é utilizá-la em vez do sistema baseado em telefones.

Segundo o Google, pode-se esperar que o sistema chegue a outros estados norte-americanos e outros países ao longo do próximo ano.

Carregue mais
Veja Também
Tópicos
SEÇÕES