Quem mora nos grandes centros já passou pela experiência de ver um trânsito descomunal se formar sem motivo aparente. Não há obras em andamento ou acidentes que expliquem o motivo. Um pequeno problema em um ponto do tráfego pode causar um grande engarrafamento de quilômetros de distância.
Matemáticos do Instituto de Tecnologia de Massachussetts (MIT), nos Estados Unidos, estão voltando seus esforços para encontrar a verdadeira causa e possíveis soluções para o trânsito. Os cientistas estão desenvolvendo, entre fórmulas e pesquisas, novos projetos para a malha rodoviária, e irão propor novos modelos de perímetros urbano.
Mas a grande descoberta dos cientistas pode ser o chamado "efeito fantasma". Aslan Kasimov, professor do Departamento de Matemática do MIT, explica que o trânsito pode ser explicado pelas teorias da física que governam os movimentos de diversos tipos de partículas em sistemas fechados. A menor flutuação pode gerar efeitos que congelam o sistema inteiro. Em termos práticos, isso quer dizer que as pequenas variações de velocidade dos automóveis causam os engarrafamentos. Cada vez que um carro breca, os demais também são obrigados a diminuir a velocidade até que, a uma grande distância, o excesso de automóveis congestiona todo o trânsito.
Para colocar a teoria à prova o cientista utilizou 22 veículos em uma pista circular de 230 metros de perímetro. Os pilotos deveriam procurar manter a velocidade sempre nos 30 quilômetros por hora. Apesar do tráfego estar inicialmente livre, o fato de um único motorista diminuir a velocidade para conseguir permanecer a velocidade estipulada fez todos os demais pararem momentaneamente.
As próprias leis da física que causam o problema dos engarrafamentos também podem evitá-los. O cálculo da densidade crítica das pistas permitiria planejar intra-estruturas de trânsito que permitissem a circulação de todos os veículos, ou então evitar que um grande número de automóveis tivessem acesso às mesmas vias.