A popularização de smartphones tem aumentado o roubo desses aparelhos inteligentes em diversos lugares e, como consequência, a criminalidade. Vários países já pensaram em soluções para tentar coibir. No entanto, segundo especialistas consultados pelo "Huffington Post", a falta de um cadastro global dificulta a batalha contra esses ladrões, pois geralmente os dispositivos furtados são levados para outras localidades.
"A maioria dos países tem pensado em soluções locais. Porém, se roubo um smartphone nos Estados Unidos, posso utilizá-lo na América Latina, mesmo que esteja na lista negra das operadoras americanas. Isso não significada nada lá", afirmou Mika Lauhde, ex-diretor de segurança da Nokia.
Um estudo da empresa de segurança Lookout, que vende soluções de localização de smartphones e antivírus, afirma que o mercado clandestino custa cerca de US$ 30 bilhões por ano aos Estados Unidos.
"Precisamos que a indústria tente resolver esse assunto de forma séria e que arranje uma solução técnica para diminuirmos o mercado ilegal de smartphones, que tem aumentado a criminalidade", disse Eric Schneiderman, procurador-geral de Nova York.
Em 2013, promotores dos Estados Unidos sugeriram que as fabricantes pensassem em alguma forma de deixar o aparelho inútil após o dono notificar que foi roubado. Segundo o "Huffington Post", Apple e Samsung lançaram funcionalidades com esse recurso. No caso da primeira, ainda não há a certeza sobre a efetividade, enquanto a da Samsung é bloqueada por algumas operadoras para evitar perdas com planos de telefonia e dados.
Combate ao roubo de aparelhos
Cada país tem tratado da situação do roubo de smartphones de forma distinta. Nos Estados Unidos, onde quase metade dos roubos do ano passado envolveu aparelhos móveis, as operadoras têm uma espécie de lista negra de dispositivos furtados. Além disso, há um contrato de cooperação envolvendo o México e outros países de língua inglesa, como o Reino Unido e Austrália.
A Colômbia, um dos principais destinos de aparelhos roubados nos Estados Unidos, começou a fazer campanhas na TV sobre os perigos de comprar dispositivos adquiridos de forma ilegal. O país, que registrou 1,6 milhão de aparelhos clandestinos em 2013, se comprometeu a trabalhar com autoridades de outros países, mas até o momento não achou uma solução.
Já a Rússia tem uma espécie de radar, em que a polícia consegue rastrear aparelhos que estão numa lista negra.