Tecnologias vestíveis, como pulseiras, relógios e óculos inteligentes estão atraindo a atenção dos consumidores, assim como carros conectados à Internet. Neste cenário, junto com os benefícios trazidos pelo avanço tecnológico, chegam mais ameaças virtuais, cuja prevenção e combate são defendidos por empresas como a AVG, dona do popular antivírus homônimo. Em conversa com o TechTudo, Tony Anscombe, representante da fabricante de software, deu alertas importantes sobre novidades móveis no setor.
Ainda não há registros de malwares criados especificamente para o Google Glass ou outros gadgets vestíveis, mas a AVG acha que isso é só questão de tempo. ?A partir do momento em que eu e você passarmos a usar esses produtos, os cibercriminosos vão começar a investir nesse novo mercado?, explica o executivo Tony Anscombe, chefe de produtos gratuitos da AVG.
Segundo ele, os ataques deverão focar nos smartphones conectados aos dispositivos vestíveis, já que o mecanismo de funcionamento já é conhecido pelos hackers e, normalmente, os usuários são obrigados a usar dois ou mais dispositivos "smart" pareados. Os malwares de hoje poderiam ser modificados para obter controle, por exemplo, da câmera dos óculos do Google.
Por isso, as mesmas medidas tomadas hoje em celulares deverão também se aplicar aos vestíveis, incluindo as precauções ao baixar apps em lojas não-oficiais e a instalação de softwares antivírus, como o próprio AVG Security.
O executivo evita antecipar lançamentos de produtos, mas confessa que a AVG já está de olho nesse mercado. ?Buscamos estar na linha de frente quando se trata de novas tecnologias. Os fabricantes precisam entender que a segurança deve ser pensada junto com o projeto do dispositivo?, explica.
Carros inteligentes
O cenário complica um pouco mais no caso de carros conectados, assunto ainda mais recente na indústria de segurança digital. Quando carros inteligentes se tornarem populares, os roubos de automóveis poderão ser bem mais desastrosos, já que, junto com o veículo, o criminoso também terá acesso a informações privadas do usuário, endereços, rotina e uma série de outras informações.
?Há uma questão de privacidade que deve ser discutida com relação aos carros conectados. Afinal, quando eu uso o sistema de entretenimento vou estar automaticamente aceitando o EULA (Acordo de Licença do Usuário Final)? Quando eu vender esse carro, o comprador terá acesso às minhas informações? Vou poder realizar um reset de fábrica no automóvel??, questiona Anscombe.
Na Inglaterra, país natal de Anscombe, já é comum que carros tenham seus sistemas invadidos e, em seguida, roubados. ?A experiência que essas tecnologias proporcionam é incrível, mas sempre haverá quem deseje tirar lucro ilícito da inovação. Por isso, é preciso focar na segurança?.
Em 2020, a previsão é de que serão 50 bilhões de aparelhos conectados no mundo, um verdadeiro boom da chamada "Internet das coisas". Em seis anos, a AVG acredita que os usuários terão que se preocupar com a segurança de tudo à sua volta: smartphones, relógios, óculos, carros e até os eletrodomésticos, que também deverão ter acesso à web.