Uma equipe de neurocientistas e especialistas em criptografia da Universidade de Stanford se reuniu para criar um método de senhas que fosse virtualmente inviolável. O resultado é um processo inovador que elimina o elo mais fraco de qualquer sistema de segurança: você.
Adaptando o conceito de aprendizado implícito, em que uma pessoa aprende e grava informações na mente sem perceber, a técnica faz com que o jogador memorize combinações de caracteres sem saber. Para evitar que um usuário possa entregar sua senha a um cibercriminoso, por exemplo, é necessário que ele simplesmente não saiba qual ela é. Foi partindo deste princípio que os cientistas criaram um jogo de computador, que mistura noções da neurociência e da criptografia. Ao jogar, o usuário acaba condensando determinada senha no cérebro ? sem perceber isso.
O jogo é bastante rústico e consiste em objetos despencando na tela. O jogador precisa interceptar cada um deles pressionando teclas específicas. Sem que ele perceba, nos 30 a 45 minutos de duração do game, uma sequência específica de 30 posições é repetida mais de 100 vezes.
É aí que entra a ideia de aprendizado implícito: segundo os cientistas, mesmo sem saber o que está digitando, o usuário é capaz de reproduzir a sequência de 30 caracteres sem problemas. No estudo, divulgado na New Scientist, os criadores do sistema reforçam que todos os padrões gerados são construídos para evitar a emergência de padrões, algo que facilita a vida de qualquer cibercriminoso.
A pesquisa ainda está em estágios iniciais e o uso prático do sistema de aprendizado implícito de senhas, hoje, seria impraticável. Ele não prevê, por exemplo, a captura das senhas a partir de keyloggers (softwares que gravam tudo que é digitado no teclado), por exemplo.