Cientistas americanos descobriram que, após sofrer um ataque cardíaco, a circulação sanguínea dentro do miocárdio do paciente melhora se esse receber um tratamento com células-tronco procedentes de sua medula óssea. Os pesquisadores, das universidades Emory e Vanderbilt, do Lindner Research Center e do Texas Heart Center, apresentam neste segunda-feira os resultados de seu estudo em uma conferência do Colégio Americano de Cardiologia em Orlando, nos Estados Unidos.
Um grave ataque do coração pode produzir mudanças no miocárdio e aumentar o risco de insuficiência cardíaca e outras complicações. A equipe elaborou um tratamento com células-tronco da medula óssea de pacientes que tinham sofrido um ataque cardíaco com o qual conseguiu melhorar a saúde dos indivíduos.
Os pesquisadores trabalharam com 31 pacientes que, após sofrerem um ataque cardíaco, tinham sido submetidos a um procedimento de angioplastia e implante de stent (prótese posicionada no interior das artérias). Do grupo, 16 receberam um preparado de células-tronco de sua medula óssea enriquecidas para se transformar em células progenitoras endoteliais, que acredita-se que sejam capazes de reconstruir as paredes dos vasos sanguíneos.
As 15 pessoas restantes receberam a medicação padrão e constituíram, portanto, o grupo controle. Os especialistas introduziram três tipos de preparado com células-tronco (com 5, 10 e 15 milhões de células) na zona da artéria coronária onde um bloqueio desencadeou o ataque cardíaco nos pacientes do grupo experimental.
A equipe estudou, três e seis meses após o início do tratamento, como o coração dos doentes se recuperou e remodelou, e observou que o fluxo sanguíneo dentro do órgão dos pacientes que receberam doses mais altas de células-tronco melhorou significativamente frente ao dos demais.