Sete municípios vão adotar campanha contra assédio

A campanha reforça o fato de que o corpo da mulher não é público e sua vontade deve ser respeitada.

Avalie a matéria:
|

A campanha “Só se eu quiser... #Não é Não”, iniciada esta semana, pela Coordenadoria Estadual de Políticas para Mulheres, em parceria com a OAB-PI, COJUV, CENDROGAS, Detran, Sesapi e Defensoria Pública, que visa informar a sociedade sobre a importância do corpo e a vontade das mulheres de serem respeitadas durante o Carnaval, está conseguindo chamar a atenção de vários outros municípios.

Além de Teresina, Campo Maior, Água Branca, Oeiras e São Raimundo Nonato, outras cidades, como Corrente, Uruçuí, já procuraram a Coordenadoria da Mulher, para realizar a campanha.

Reprodução

De acordo com a coordenadora da Mulher, Zenaide Silva, o objetivo é atingir cerca de 20% dos municípios piauienses. Principalmente durante o período de Carnaval, os crimes de violências sexuais, físicas ou psicológicas são intensificados e as mulheres relatam a violência, mas não fazem um registro oficial devido o acontecimento ser feito durante a festa de Carnaval.

A campanha reforça o fato de que o corpo da mulher não é público e sua vontade deve ser respeitada.

"É importante que a gente dialogue com homens e mulheres, para que eles percebam da importância de evitar a violência. Porque às vezes, nós mulheres, não percebemos que estamos sendo assediadas, violentadas. E nós queremos ser respeitadas. Essa campanha veio nesse sentido, de conscientizar as mulheres a denunciarem, porque cada silêncio que a gente sofre, e quando a gente denuncia, incentiva outras mulheres a denunciarem os homens, porque o machismo é estrutural", diz Zenaide Silva.

Reprodução

Ela disse ainda que, durante o Carnaval, a relação de poder aumenta, pelo fato de os homens “incorporarem uma fantasia" que reforça o machismo.

As mulheres são expostas a situações constrangedoras, todos os dias, no transporte público, no trabalho, nas ruas, mesmo com leis como a Lei Maria da Penha, por exemplo, os agressores continuam fazendo vítimas, e grande parte delas acaba não denunciando.

Para Zenaide Silva, os assédios aumentam em cerca de 50% nesse período, e a luta é estimular as mulheres a quebrarem o silêncio quando forem vítimas de violência.

"A gente costuma colocar que a violência contra as mulheres é estruturante. E a gente não transforma somente com uma campanha, mas a campanha tem que ser permanente. No Carnaval, o assédio aumenta em 50% em torno das mulheres. Porque as pessoas e, principalmente os homens, acham que tudo é permitido", acrescenta a coordenadora da Mulher.

Segundo ela, é importante também que essa campanha envolva outros órgãos do Estado, desenvolvendo um trabalho de conscientização de como lidar com certas situações e prevenção.

As ações da campanha estão previstas para acontecer também em um dos shoppings de Teresina, na próxima semana.



Participe de nossa comunidade no WhatsApp, clicando nesse link

Entre em nosso canal do Telegram, clique neste link

Baixe nosso app no Android, clique neste link

Baixe nosso app no Iphone, clique neste link


Veja Também
Tópicos
SEÇÕES