RS chega a 5 mortes e 124 casos de leptospirose após enchentes

Doença é transmitida pela água suja, contaminada pela urina de ratos. Risco foi potencializado pelas inundações, que já deixaram 169 vítimas no RS.

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A doença é transmitida pela água contaminada pela urina de ratos | Reprodução

A Secretaria Estadual da Saúde (SES) do Rio Grande do Sul informou, nesta segunda-feira (27), sobre o quinto óbito de leptospirose em decorrência dos temporais e inundações que causaram 169 mortes desde o final de abril. Além disso, o estado registrou 124 casos confirmados da doença, a qual é transmitida por meio da água contaminada pela urina de roedores.

O mais recente falecimento ocorreu em Viamão, na Região Metropolitana de Porto Alegre. Não foram divulgados detalhes sobre o ocorrido. As outras quatro vítimas foram identificadas como:

  • Eldo Gross, 67 anos, de Travesseiro
  • Um homem, 33 anos, de Venâncio Aires
  • Um homem, 50 anos, de Porto Alegre
  • Um homem, 56 anos, de Cachoeirinha

QUASE MIL CASOS EM INVESTIGAÇÃO

Ainda estão sendo investigadas outras nove possíveis mortes devido à leptospirose após as inundações. No total, 922 casos da doença estão sob investigação, enquanto 542 casos suspeitos foram descartados.

O Laboratório Central (Lacen) do Rio Grande do Sul analisa mais de 900 amostras de casos suspeitos de leptospirose (Foto: Agência Brasil) 

A secretária da Saúde, Arita Bergmann, ressaltou a importância da notificação de todos os casos aos municípios para evitar mais óbitos:

"É fundamental que a população tome precauções ao entrar em contato com água, lama ou barro, utilizando botas e luvas, especialmente durante os trabalhos de limpeza. Caso apresentem sintomas, é crucial iniciar o tratamento imediatamente", destacou.

EXAMES SÃO FEITOS PELO LACEN

Os exames para confirmar ou descartar casos de leptospirose são realizados pelo Laboratório Central (Lacen) do RS, com dois tipos de diagnóstico disponíveis: biologia molecular (RT-PCR), indicado para suspeitas nos primeiros sete dias de sintomas, e diagnóstico sorológico, que detecta anticorpos produzidos pelo organismo após sete dias.

A chefe do Lacen, Loeci Natalina Timm, garantiu que os exames estão disponíveis gratuitamente para todos os casos suspeitos com exposição às enchentes.

SOBRE A DOENÇA

A leptospirose, causada pela bactéria Leptospira interrogans, é transmitida pela urina de animais infectados, principalmente roedores, através de exposição direta ou indireta.

Durante enchentes, a urina de ratos, presente em esgotos e bueiros, mistura-se à água das chuvas e lama, aumentando o risco de contaminação. A doença pode ser contraída por qualquer pessoa em contato com água ou lama contaminadas.

O tratamento da leptospirose envolve o uso de antibióticos, que devem ser iniciados ao suspeitar da doença. A hospitalização é necessária nos casos graves para evitar complicações e reduzir a letalidade.

Para desinfetar ambientes afetados por enchentes, recomenda-se o uso de água sanitária (hipoclorito de sódio a 2,5%) na proporção de um copo para cada balde de 20 litros de água. Outras medidas preventivas incluem manter alimentos guardados adequadamente, manter a limpeza da cozinha e evitar acúmulo de objetos nos quintais para evitar a presença de roedores.



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