Relatório de acidente aéreo que matou médicos piauienses no CE é divulgado

O CENIPA levantou a influência de condições meteorológicas adversas, que se constituíam para possível perda de controle do avião pelo piloto.

Relatório de acidente aéreo que matou 4 piauienses no Ceará revela causas | Reprodução
Siga-nos no Seguir MeioNews no Google News

O relatório final do acidente aéreo que deixou quatro piauienses mortos em maio de 2020, foi divulgado. Realizado pelo Centro de Investigações e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (CENIPA), e finalizado em 3 de novembro de 2022, o relatório indica que não houve falha mecânica no avião de pequeno porte que transportava os passageiros.

O Meionorte.com teve acesso ao relatório final, o qual constata que o piloto Paulo César Magalhães Costa possuía os documentos, como o Certificado Médico Aeronáutico, a Habilitação de Classe Avião Miltimotor Terrestre e a Habilitação de Voo por Instrumentos válidos. Em contra partida, o Cenipa concluiu que o piloto tinha diferenças nos requisitos estabelecidos pelo Regulamento Brasileiro da Aviação Civil (RBAC).Relatório de acidente aéreo que matou 4 piauienses no Ceará revela causas (Foto: Reprodução/Arquivo Pessoal)O citado regulamento RBAC estabalece a atuação de um piloto de uma aeronave caso, dentro de 90 dias, ele tiver realizado no mínimo três decolagens e três aterrissagens no período noturno, durante as quais tenha efetivamente operado os comandos de aeronave da mesma categoria e classe/tipo.

"O piloto estava qualificado, contudo, no que se refere à experiência recente, a documentação apresentada pelo operador da aeronave mostrou que o piloto não atendia ao disposto nos requisistos estabelecidos na seção 135.247 (a) do RBAC 135", informou trecho do relatório.

Relatório de acidente aéreo que matou 4 piauienses no Ceará revela causas (Foto: Reprodução/Corpo de Bombeiros)Ainda segundo o relatório dO CENIPA, a aeronave continha certificado para realização voo sob Regras de Voo por Instrumentos (IFR), contudo a aeronave não atendia aos requisitos para operar sem um segundo piloto.

"A aeronave era certificada para a realização de voos sob Regras de Voo por Instrumentos (IFR), quando operada segundo os requisitos do Regulamento Brasileiro de Aviação Civil (RBAC) nº 91. Contudo, a aeronave não atendia aos requisitos da seção 135.105 para operar IFR sem outro piloto na função de Segundo em Comando (SIC)", conferiu.

Leia Mais

Conclusão

O relatório emitido pelo CENIPA concluiu que as condições meteorolégicas no dia do acidente indicam possíveis restrições na visibilidade no período noturno, a qual limitava a operação sob Condições de Voo Visual (VMC).

"Ao ingressar em uma região sob a influência de condições meteorológicas adversas, que se constituíam em fator limitante para o voo sob VMC, é possível que o piloto tenha perdido o controle do avião ao responder às falsas sensações de atitude e movimento da própria aeronave, caracterizando a desorientação espacial", informou a conclusão no relatório.

Ainda na conclusão, o relatório levantou a possibilidade da influência de estresse e ansiedade por exposição ao paciente passageiro com Covid-19, para a negatividade da condução da aeronave.

"É possível que o desempenho do piloto tenha sido afetado negativamente pela influência de estados emocionais relacionados à ansiedade e ao estresse, em razão da utilização de EPI, risco de contaminação por COVID-19, atraso na decolagem, voo noturno e mau tempo".

Sobre o acidente

Na noite da sexta-feira, 15 de maio de 2020, um avião de pequeno porte de Teresina caiu em uma mata entre o Sítio Santa Tereza e o Sítio Meio do Topo, na cidade de São Benedito, a 317km de Fortaleza, no Ceará, deixando vítimas fatais.

De acordo com informações do Corpo de Bombeiros de Sobral, quatro pessoas estavam a bordo da aeronave, sendo elas o médico Carlo Victor Rodrigues, o piloto Paulo César Magalhães Costa, outro médico Pedro José Ferreira de Meneses (contamidado pela Covid-19) e a enfermeira Samara Félix.

Carregue mais
Veja Também
Tópicos
SEÇÕES