Documentos conseguidos com exclusividade pelo Jornal Hoje mostram o motivo que levou o governo federal e a Prefeitura de São Paulo a não desocupar o prédio que caiu na última terça-feira (01/05), em São Paulo. Três relatórios assinados por um engenheiro da prefeitura afirmavam que o prédio não tinha problemas na sua estrutura.
Por conta disso, o engenheiro responsável por essa análise deverá ser ouvido na investigação que foi reaberta pelo Ministério Público depois da tragédia ocorria no feriado do Dia do Trabalhador.
O desabamento após o incêndio deixou pelo menos uma pessoa morta e o Corpo de Bombeiros procura ao menos cinco pessoas desaparecidas desde a última terça. Em novembro de 2016, o engenheiro Álvaro de Godoy Filho relatou que “referente à estrutura da edificação ou sua estabilidade, não verificamos anomalias que impliquem em risco para o prédio”.
Em março de 2017, o relatório traz a mesma informação e ainda destaca que “não havia risco de desabamento”. Oito meses depois, em novembro, o engenheiro repete a mesma conclusão: “”não verificamos anomalias que impliquem em risco de desabamento”.
Antes, em setembro de 2016, técnicos da Prefeitura de São Paulo não conseguiram realizar vistoria porque a entrada não foi permitida sem prévio agendamento com Ananias, homem apontado como coordenador da ocupação, apesar de ele ter negado em depoimento à polícia nesta sexta.